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Descoberta da orientação sexual ganha o cinema mainstream em 'Com amor, Simon'

A presença de tramas com personagens gays nas telonas não é uma novidade, pelo contrário. Desde o ganhador do Oscar de melhor filme Moonlight — Sob a luz do luar, até o badalado Me chame pelo seu nome, as produções que apresentam enredos de amor entre pessoas do mesmo sexo já fazem escola nas telonas, mas, então, o que torna a estreia de Com amor, Simon - que estreia oficialmente nos cinemas nesta quinta-feira (5) - tão especial? Simples: a popularidade de um público-alvo que por anos foi relegada ao underground e ao cult.
 
Tanto Moonlight quanto Me chame pelo seu nome, e várias outras  produções que marcaram a história do cinema com romances gays, ficaram presos em um circuito mais restrito e festivais. A grande proposta de Com amor, Simon — que conta a história de Simon (Nick Robinson), de 17 anos, prestes a assumir a orientação sexual para a família —, é exatamente sair desse circuito para chegar ao grande público, com uma história tipicamente romântica, e a mensagem de que a representatividade de um jovem LGBT importa.

Parece que a produção está seguindo o rumo certo: após a estreia nos cinemas norte-americanos, há duas semanas, o filme — que teve produção e distribuição dos estúdios 20th Fox e que custou cerca de US$ 17 milhões — já arrecadou US$ 33 milhões. Baseado em livro de Becky Albertalli, o filme foi dirigido por Greg Berlanti, com ampla experiência em séries infantojuvenis, que vão de Riverdale a Everwood.

Coordenador do Movimento LGBTS Pensar, Marlon Soares conta que “em um primeiro momento, o mais importante é haver visibilidade. A visibilidade da parte mais humana das pessoas, e isso é fundamental porque o público acaba entendendo mais as dificuldades das pessoas LGBT e seus desafios”.
 
O ativista ainda completa, lembrando que o respeito à pessoa LGBT não é um assunto superado. “Que deveria ser um tema ultrapassado, deveria, mas não é. Existe uma recusa muito grande em relação à aceitação às pessoas LGBTs, e a produção cinematográfica, televisiva, faz que as pessoas das mais diferentes realidades consigam refletir um pouco mais”.

Soares também faz uma importante ressalva: “Me preocupa o fato de as pessoas não refletirem bem e, em um caso de impulso, acabar se assumindo e entrar em uma situação delicada com a família. Óbvio que não deveria ser assim, mas o que eu quero dizer é que existem processos de se assumir que são mais brandos, que envolvem mais informação e comunicação com a família. As pessoas devem tomar essas produções como uma sugestão de como trabalhar melhor sua realidade”, conclui.
 
Abaixo, confira o trailer de Com amor, Simon

 

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