Joe e Jerry são músicos desempregados na Chicago de 1929, desesperados por trabalho. Acidentalmente, testemunham o Massacre do Dia de São Valentim, assistindo ao criminoso Spats Colombo e ao cúmplice aniquilarem Toothpick Charlie e sua gangue. Forçada a deixar a cidade, a dupla aceita o primeiro trabalho que aparece: tocar na banda feminina Sweet Sue e Suas Sincopadoras. Vestidos de mulher, os dois se juntam à trupe. Joe adota o nome de Josephine. Jerry se torna Daphne, mas se apaixona por Sugar Kane, a linda cantora. A partir daí, a dupla se vê às voltas com várias situações tragicômicas.
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Comédia 'Os farofeiros' traz sátira de suburbanos que tentam se divertir na praia Diretor de 'Pequena grande vida' diz que a comédia é estratégia de sobrevivênciaClichês embalam a comédia 'Tudo acaba em festa'Netflix lança 'Aniquilação', trama com Natalie PortmanEssa é a sinopse de um clássico da comédia: Quanto mais quente melhor (1959), estrelado por Tony Curtis, Jack Lemmon e Marilyn Monroe. Com um quê de romance e trama policial, o premiado longa do diretor Billy Wilder entrou para a lista dos filmes mais importantes de todos os tempos.
“Adoro cinema. Vi todos os filmes que disputaram os principais prêmios do Oscar. Revejo clássicos como o próprio Quanto mais quente melhor, uma comédia fantástica. Muita coisa que o cinema já fez pode ser revisitada. Gosto dos conceitos antigos que funcionaram”, ressalta.
Sozinho ou com parceiros, Cursino assina vários fenômenos de bilheteria: os filmes De pernas pro ar, Até que a sorte nos separe e O candidato honesto (cuja sequência estreia no segundo semestre), além de Fala sério, mãe!, Odeio o Dia dos Namorados e Um suburbano sortudo. Porém, a carreira dele começou nas novelas, há 25 anos. Com formação em dramaturgia, ingressou na TV Globo como colaborador de Walther Negrão no folhetim Vila Madalena (1999/2000).
Logo depois, Cursino migrou para o setor da Globo que se tornou “a sua praia”.
De pernas pro ar 1 e 2 atraíram cerca de 9 milhões de espectadores. O terceiro filme está previsto para este ano. Esse projeto marcou a primeira parceria de Cursino com o diretor Roberto Santucci.
ARAGÃO A experiência de Cursino no cinema começou antes do boom das comédias. Como trabalhava com Renato Aragão na TV, foi chamado para escrever os roteiros dos longas O trapalhão e a luz azul (1999) e Didi, O cupido trapalhão (2001), sucessos de bilheteria.
“A comédia chegou naturalmente à minha carreira. A demanda foi tão grande que não tive muito tempo para outras coisas. Não é que não tenha vontade. Faria, sim, um policial e tenho muita vontade de fazer um filme de terror. Mas a comédia é o carro-chefe, a ‘vaca leiteira’ do cinema brasileiro. É o único gênero que consegue competir com os blockbusters americanos. Então, não dá pra largar”, argumenta.
O roteirista refuta a tese de que as comédias monopolizaram as salas de exibição do país. “Muito pelo contrário.
Cursino atribui a impressão de que as comédias dominam a cena no Brasil ao fato de elas gerarem as maiores bilheterias. “O brasileiro gosta de boas histórias. As biografias fizeram grande sucesso, como foi o caso de 2 filhos de Francisco e Chico Xavier. Tropa de elite, que mescla policial com ação, é outro sucesso. Na minha opinião, falta a produtores e diretores de cinema um pouco de foco, objetivo, coisa que o pessoal da comédia tem. É preciso ter visão de mercado”, frisa.
Cursino diz que boa parte dos cineastas do país parece “odiar” o público, pois não faz filmes que conversam com o brasileiro. “Isso a comédia faz de lavada. Assim se explica o fenômeno de Minha mãe é uma peça, De pernas pro ar e Até que a sorte nos separe, que conseguem atingir o grande público e geram identificação. A indústria da comédia sabe captar o espírito do país, do brasileiro”, afirma o roteirista.
Em 2016, ele deixou a Globo por não conseguir mais conciliar televisão e cinema. Paulo escreve de dois a três roteiros por ano – até simultaneamente. O segredo de um bom filme é a ideia central, infatiza. Cita Os farofeiros, que estreou na quinta-feira passada. O tema – roubadas a que está sujeito quem aluga uma casa de praia – surgiu a partir da cena de Até que a sorte nos separe 2 em que a família briga, dentro do carro, depois de se deparar com um péssimo quarto de hotel. “A gente falava dessa ideia e todo mundo gostava, se identificava. Se você tem um bom conceito, as pessoas se interessam. O segredo é esse”, conclui.
MINAS
Nascido em Taubaté, terra do escritor Monteiro Lobato, Paulo Cursino passou boa parte da infância em São José dos Campos, no interior de São Paulo. “A gente brinca que a cidade é uma estância hidromineral: água embaixo e mineiro em cima”. Porém, o roteirista tem um “pezinho” em Minas. “Meus avós maternos são de Brazópolis e Paraisópolis, nos arredores de Itajubá. Não tenho mais parentes nessas cidades. Infelizmente, há muito tempo não vou lá”, comenta.
“Faria, sim, um policial e tenho muita vontade de fazer um filme de terror. Mas a comédia é o carro-chefe, a ‘vaca leiteira’ do cinema brasileiro”
“Se você pegar a lista dos 150 filmes produzidos anualmente no Brasil, uns 15 são comédia.
A maior parte é filme mais cabeça, documentário, drama”
Filmografia
Ingrid Guimarães em De pernas pro ar 2, blockbuster nacional
Camila Morgado e Leandro Hassum em Até que a sorte nos separe 3
Leandro Hassum em O candidato honesto, sátira aos políticos