O impacto socioambiental causado pela indústria ganhou destaque no Festival de Berlim com a exibição de dois filmes. Viaje a los pueblos fumigados, do argentino Fernando Solanas, aborda o modelo das grandes plantações de soja e seus efeitos nas populações locais. E o documentário americano Patrimonio, dos cineastas Lisa F. Jackson e Sarah Teale, mostram como a água está ameaçada diante de um gigantesco empreendimento imobiliário no México.
O filme de Solanas é o oitavo trabalho do cineasta e senador argentino sobre as consequências da crise que explodiu em seu país em 2001, retratando os impactos nocivos provocados pela plantação em larga escala de soja transgênica, desde o desmatamento até bebês com má-formação e o aumento de casos de câncer pelo suposto uso de pesticidas. “Uma coisa é conhecer e ler, outra é visitar os lugares e ouvir o relato dramático das vítimas”, afirmou Solanas, de 82 anos, que entrevistou agricultores, moradores, médicos e empresários, com direito a imagens aéreas das gigantescas plantações que invadiram o campo argentino.
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Em Patrimonio, a água é a maior preocupação dos habitantes de Todos Santos, pequena comunidade da Baixa Califórnia Sul, no México, quando em 2015 um grupo imobiliário começa construir 4 mil casas e um hotel cinco estrelas.
Bloqueios de estradas, manifestações, tudo parece em vão ao longo de três anos, período em que os pescadores percebem que as instituições não os ajudam. Quando Moreno é detido, a mobilização cresce, as denúncias contra o projeto se multiplicam e finalmente a Justiça – em janeiro deste ano – restitui o direito dos pescadores sobre suas praias. Presente na exibição na Berlinale, Moreno, que passou três meses na prisão, explicou que o projeto está paralisado e quatro processos estão em curso. (AFP)
Antártida
O ator espanhol Javier Bardem abraçou a causa de defesa da Antártida e promoveu, em Berlim, sua missão ambientalista para que a região seja declarada santuário marinho. Para tal, participou de uma expedição em uma diminuta cápsula submarina nas profundezas do Oceano Antártico. “Embora tenha viajado muito, nunca havia visto nada parecido. O trabalho da natureza supera tudo”, afirmou ao apresentar, junto com membros do Greenpeace, a campanha para proteger uma área de 1,8 milhão de quilômetros quadrados.