O Oscar que o Brasil tanto almeja pode vir, neste ano, de forma meio torta. O drama gay Me chame pelo seu nome, um dos nove indicados a melhor filme, é uma coprodução EUA/Itália/França/Brasil. O longa-metragem de Luca Guadagnino recebeu quatro indicações.
Entre seus produtores está Rodrigo Teixeira, da RT Features. “Estou emocionado com as indicações para Me chame pelo seu nome, um filme do qual me orgulho muito, que passa uma mensagem tão necessária e também lisonjeado de poder estar no Oscar ao lado de grandes nomes da história do cinema e de quem sou fã”, declarou ele
“Há anos comecei a planejar minha carreira no mercado internacional, um caminho longo, de muita perseverança, ao lado de uma equipe talentosa. Assim, começamos a investir em projetos, ampliamos o portfólio da RT e, cada vez mais, passamos a ter acesso a roteiros e diretores de grande relevância, como Luca Guadagnino e o Me chame pelo seu nome”. Sinto que conquistei mais do que esperava”, completou.
Longa nascido a partir do livro homônimo de André Aciman, conta a história do romance entre um adolescente (Elio, papel do Timothée Chalamet, ator norte-americano de ascendência franco-russa também indicado ao Oscar) e um homem mais velho, mas não tanto assim (Oliver, papel de Armie Hammer, de A rede social e O agente da U.N.C.L.E.). O roteiro foi adaptado por James Ivory (indicado a roteiro adaptado), veterano cineasta conhecido por filmes de época como Uma janela para o amor (1985) e Vestígios do dia (1993).
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Com o Brasil fora da short list que escolheu, de 92 produções, nove que poderiam concorrer às cinco vagas de melhor filme estrangeiro, as esperanças estavam no drama sul-africano Os iniciados. Isto porque seu produtor é o mineiro Elias Ribeiro, radicado há quase uma década na África do Sul.
O filme perdeu a vaga para as produções Sem amor (Rússia), The square – A arte da discórdia (Suécia), Uma mulher fantástica (Chile), Corpo e alma (Hungria) e O insulto (Líbano).
Os iniciados trata de homossexualidade em meio a um dos rituais mais tradicionais dos Xhosa, um dos maiores grupos étnicos daquele país. Rito de passagem quando os meninos desta etnia chegam aos 18 anos, trata da circuncisão realizada num local isolado, em pequenas tendas, por chefes tribais, sem qualquer assistência médica.
O filme acompanha o jovem Kwanda (Niza Jay), que questiona os códigos patriarcais, e dois cuidadores que têm uma relação, Xolani (Nakhane Touré) e Vija (Bongile Mantsai).