A cerimônia de entrega dos Globos de Ouro costuma ter um tapete vermelho marcado por brilho e cor. Mas este ano se tingiu de preto. As celebridades de Hollywood se vestiram com ternos e vestidos escuros, como forma de chamar atenção para o assédio sexual no mundo do entretenimento, evidenciado com os escândalos em torno do produtor Harvey Weinstein, e seguiu, como um efeito dominó, atingindo muitos outros nomes da indústria.
"NO DOMINGO VESTIMOS PRETO em solidariedade com os homens e as mulheres de todo o mundo que foram silenciados por discriminação, assédio e abuso", destacou no Twitter a organização Time's Up (Acabou o tempo), lançada por centenas de mulheres de destaque em Hollywood para financiar a defesa de vítimas de agressões sexuais no trabalho.
Não apenas as mulheres, mas também os homens chegaram ao Beverly Hilton para a primeira grande festa de temporada de premiação da indústria cinematográfica vestiram, na grande maioria, preto básico, muitos comum broche da Time's Up na lapela para reforçar a mensagem.
Streep, no centro de uma tempestade sobre o caso Weinstein por causa dos vários filmes em que trabalhou com o produtor, chegou acompanhada de Ai-jen Poo, diretora da Aliança Nacional de Trabalhadoras Domésticas, como sua acompanhante na cerimônia.
De fato, muitos homens de Hollywood já tinham anunciado que vestiriam roupas pretas. Muitos também usaram camisas pretas e declararam seu apoio à causa ao desfilar pelo tapete vermelho. Não acho que seja um protesto silencioso.
Catherine Zeta-Jones, protagonista da bem-sucedida série de televisão "Feud: Bette and Joan", escolheu um vestido preto justo com lantejoulas delicadamente bordadas e brincos verde esmeralda. O que vestimos não é uma declaração de moda. É uma declaração de ação. É uma mensagem direta de resistência", escreveu a atriz e diretora Amber Tamblyn em um artigo de opinião para o The New York Times.
Esta noite não é de luto. Esta noite é um despertar".