O desafio de finalmente encarar o mundo exterior e ingressar numa escola regular, sob olhares assustados e preconceituosos de outras crianças e também de adultos, é o tema de Extraordinário. O filme chega nesta quinta-feira (7) às salas brasileiras, trazendo lições sobre bullying e respeito às diferenças. Desde que estreou nos Estados Unidos, há três semanas, Extraordinário já faturou US$ 88 milhões. O filme está entre as cinco maiores bilheterias do país nesse período, dominado por Thor: Ragnarok e Liga da Justiça.
O longa é uma adaptação do best-seller de mesmo nome, lançado em 2012. Foi o primeiro romance da norte-americana Raquel Jamarillo, que assina sob o pseudônimo de R.J. Palacio.
TALENTO Para o papel principal na versão cinematográfica foi elencado Jacob Tremblay, que, apesar dos 11 anos, já é experiente em comover o público. O jovem canadense, de aparência física padrão, atuou em O quarto de Jack (2016), outra adaptação literária, mas sobre um garoto que nunca saiu do cativeiro que compartilha com a própria mãe no quarto de uma casa. A produção foi indicada ao Oscar de melhor filme naquele ano e Jacob foi premiado como melhor ator juvenil pela escolha dos críticos. Desta vez, o pequeno talento vem em uma trama mais leve, mas não menos tocante. Transformado em Auggie pela maquiagem, ela conquista de cara a empatia do espectador.
Quem interpreta a mãe do protagonista é Julia Roberts. Incondicionalmente apaixonada pela criança, sua personagem também foi a responsável pela escolarização doméstica do filho, que se tornou um prodígio nas ciências antes mesmo de ingressar em uma instituição de ensino. Na verdade, Isabel Pullman passou a se dedicar integralmente ao menino, desde seu nascimento, abandonando trabalhos e deixando de lado também a filha mais velha, Olivia (Amanda Vidovic). Na criação dos filhos, ela tem a companhia do marido, Nate (Owen Wilson). Assíduo em comédias hollywoodianas, Wilson garante um tom mais cômico à trama dramática, até pela forma positiva como encara as situações da família.
PERSPECTIVAS A trajetória de Auggie em seu primeiro ano letivo é um constante confronto entre o desprezo e reprovação por parte dos colegas que o enxergam como uma aberração e acolhimento daqueles que o querem bem, tanto familiares, quanto profissionais e outros alunos da escola.
Na escola, Auggie encontra olhares inicialmente curiosos por sua estranha aparência. Logo aparecem as zombarias e apelidos, mas também amigos. O convívio social traz novidades, medos, alegrias e fortes decepções. O quarto narrador do filme é Jack Will (Noah Jupe), colega de Auggie que se divide entre a amizade com ele e a proximidade com o garoto mimado que lidera os ataques pessoais contra o novato.
Auggie compensa a insegurança com sabedoria acadêmica, em mais uma história em que o excluído é ao mesmo tempo genial, o que nem sempre se repete na vida real. Apesar disso, a trama tem boas lições sobre o bullying e as fraquezas que quase todos enfrentam na infância e na adolescência. A direção é do norte-americano Stephen Chbosk, autor e diretor de As vantagens de ser invisível (2012), que também aborda obstáculos no convívio social juvenil.
AÇÃO EDUCATIVA Para aproveitar a temática sobre aceitação das diferenças, a Paris Filmes, distribuidora do filme no Brasil, promoveu pré-estreias especiais, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e as secretarias municipais de Educação de Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Abaixo, confira o trailer de Extraordinário: