Diante de uma plateia emocionada, o curta metragem mineiro 'Dandara', coprodução do Estado de Minas e da produtora Mult, estreou neste domingo (19), em São Paulo, no 25º Festival Mix Brasil. Dirigido por Fred Bottrel e Flávia Ayer, 'Dandara' narra a história da travesti que teve sua morte filmada pelos assassinos, em Fortaleza. O filme volta a ser exibido na terça-feira (21), às 19h30, na Sala Lima Barreto do Centro Cultural São Paulo (CCSP), com entrada franca.
Gravado em março deste ano, o curta se originou da reportagem especial O martírio de Dandara, publicada pelo EM. "Temos que lembrar que o Brasil é o país que mais mata a população LGBT no mundo", afirmou um dos coordenadores do festival, André Fischer, sobre a importância da exibição de Dandara no Mix Brasil.
Com depoimentos de pessoas que conviveram com ela, o curta traça o retrato humano de uma figura que se tornou conhecida em todo o Brasil a partir da divulgação das imagens de sua morte. "Foi uma experiência muito marcante. Conseguia escutar o choro do público pela morte de Dandara. A dor de cada um é sintoma de uma doença chamada transfobia. Espero que o filme ajude a curar o preconceito", disse Flávia Ayer.
O documentário de 14 minutos mostra os locais onde Dandara nasceu, viveu, trabalhou e morreu, aos 42 anos, em Fortaleza, no Ceará.
“Não é fácil assistir aos quase 15 minutos do curta-metragem, dirigido com humanidade e respeito. Mas é necessário darmos devida atenção ao assunto para que casos como esse deixem de ocorrer no Brasil”, comentou Leo Carvalho, depois da sessão.
%u200BAGRESSÕES %u200BO vídeo com as agressões à travesti Dandara Kataryne ganhou as redes sociais em fevereiro de 2017. A partir do caso de grande repercussão, os diretores decidiram ir atrás da história não contada da brasileira que não tinha medo de ser mulher.
Levada em um carrinho de mão para morrer, Dandara poderia limitar-se a uma estatística no país que mais mata travestis e transexuais. Mas o caso ganhou notoriedade justamente a partir das imagens gravadas pelos próprios agressores.
%u200BDIRETORES %u200BFred Bottrel e Flávia Ayer são repórteres do Estado de Minas. Ele estreou na direção com 'A ala' (2014), curta que recebeu menção honrosa do júri do Mix Brasil, foi eleito o melhor filme pelo voto popular e recebeu o Prêmio Canal Brasil de Incentivo ao Curta-Metragem no festival daquele ano. O título foi exibido em mais de 20 festivais internacionais.
Flávia Ayer é repórter de política e economia. Com 'Dandar'a, faz sua estreia na direção cinematográfica. É também celebrante de casamentos e está à frente da Amor Sempre Vivo – Celebrações com história, em que se propõe a celebrar toda forma de amor. .