Uma ex-assistente de Harvey Weinstein identificada como Zelda Perkins quebrou o silêncio nesta terça-feira, 24, e revelou como o produtor se blindou contra possíveis acusações de assédio, evitando que elas se tornassem públicas. Segundo Perkins, ele obrigou as vítimas a assinarem acordos que previam penalidades caso elas se pronunciassem sobre o caso.
Em entrevista ao jornal Financial Times ela revelou que tentou denunciar o produtor em 1998. Na época, ela trabalhava como assistente dele em Londres e era constantemente assediada. Weinstein pedia para que ela fizesse massagem enquanto ele estava apenas de roupas íntimas, além de pedir que ela olhasse enquanto ele tomava banho e tentar arrastá-la para sua cama à força quando ia acordá-lo em seu quarto de hotel.
Então, ela decidiu denunciar o comportamento do executivo depois que uma colega revelou ter sido abusada por ele durante o Festival de Veneza. ''Ela me disse que algo horrível tinha acontecido. Estava em choque, chorando e com muita dificuldade para falar. Eu estava furiosa, profundamente chocada. Falei: 'nós precisamos ir à polícia''', contou.
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De volta a Londres, elas foram orientadas por advogados a fazerem acordos. Na ocasião, elas foram 'compensadas' com a soma conjunta de 250 mil libras e foram obrigadas a assinar um acordo de confidencialidade, que as proibia de falar do assédio.
Segundo a ex-assistente, ''a menos que alguém rompa o acordo de confidencialidade, não haverá um debate sobre o quão ultrajantes são estes acordos e a quantidade de sofrimento que vítimas enfrentam''. De acordo com a publicação, ao quebrar a cláusula, Zelda Perkins pode ter de devolver o valor recebido e, possivelmente, custear os custos legais estipulados no contrato.