É um tema que, por si só, dá conta do estado do mundo. A Convenção dos Refugiados de 1951 não determina teto nem número máximo para pessoas que se qualificam como refugiadas. Os países que a firmaram deveriam estar obrigados a fornecer ajuda, mas, com o novo nacionalismo que se fortalece no mundo inteiro, o migrante, de maneira geral, e o refugiado, em particular, são vistos como inimigos. O cinema tem dado conta do assunto. No ano passado, tivemos o excepcional Fogo no mar, de Granfranco Rosi. Atualmente, está em cartaz o documentário Exodus – De onde eu vim não existe mais, de Hank Levine.
Nascido na Alemanha, radicado no Brasil e parceiro da produtora O2, de Fernando Meirelles, Levine segue a trajetória de seis pessoas forçadas a deixar suas casas em diferentes países e por diferentes motivos. O diretor conta que, há quase 10 anos, estava no Senegal rodando um documentário sobre pessoas que usavam barcos clandestinos para tentar chegar à Espanha. Ouviu histórias terríveis. Descobriu as rotas para a Europa e a América do Sul.
Entre os personagens de Exodus estão uma garota síria que aprende a atirar no Brasil e tenta chegar ao Canadá, e o refugiado que sai do Brasil e, via Cuba, tenta chegar à Alemanha. São histórias de dor e de desespero, mas também de resistência.
Wagner Moura empresta sua voz como narrador a Exodus. Num mundo competitivo, e cada vez menos solidário, Levine destaca o que está em jogo nessas histórias. São as grandes conquistas como democracia e liberdade, incluindo o direito de se mover livremente. ''O mundo se tornou restritivo. Temos de reaprender a incluir'', diz Hank Levine.
Abaixo, confira o trailer: