O primeiro projeto de Cininha para a telona foi a adaptação da peça A menina e o vento, de Maria Clara Machado. “Batalhamos, conseguimos a captação, mas aí veio o Lula e modificou a Lei do Audiovisual. Foi uma grande decepção depois de dois anos de luta”, lamenta.
Se naquela época o filme não foi adiante, Cininha comandou uma sequência de sucessos da Globo, como as séries Mulher, Vida alheia, Pé na cova, Sexo e as nega e Cobras & lagartos. Isso reforçou ainda mais o desejo dos produtores em tê-la assinando trabalhos na emissora carioca. A agenda, que já era apertada, ficou quase inflexível, até surgir o convite para dirigir Duas de mim.
SUPERMULHER A comédia conta a história da suburbana que, por acaso, consegue uma cópia de si mesma para dar conta do recado. Suryellen (Thalita Carauta) vende quentinhas, lava pratos em um restaurante e está às voltas com o filho, Masxuel (Gabriel Lima, o Sermancino de Pé na cova), a mãe, dona Sonja (Maria Gladys), e a folgadíssima irmã Sarelly (Letícia Lima). Para amenizar tanta ralação e faturar R$ 1 milhão, Suryellen encara um concurso de culinária, no qual se vê obrigada a enfrentar Valentina (Alessandra Negrini), a patroa dela no restaurante.
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Ao ler o roteiro, Cininha se identificou com Suryellen. Assim como a cozinheira da comédia, ela se desdobrava, no início da carreira, para tomar conta dos filhos e cumprir os compromissos no teatro. Porém, diferentemente da personagem, não acredita que clones sejam suficientes para segurar a onda das mulheres obrigadas a compatibilizar profissão e família. “O mais importante é tentar saber administrar ou até mesmo dizer não em algumas situações”, observa.
ELENCO A diretora rasga elogios ao ator Ílvio Amaral, que faz participação especial durante o concurso decisivo para a vida de Suryellen: “Adoro Ílvio. Admiro a seriedade como ele encara a comédia.” A convite dela, o mineiro atuou em um dos episódios do sitcom Pé na cova.
Satisfeita com a experiência no cinema, Cininha de Paula não sabe quando voltará ao set. O foco, agora, são quatro projetos de seriados apresentados à Globo, além de Ouro negro, supersérie escrita por Miguel Falabella, prevista para estrear em 2020. “É deslumbrante, como tudo o que Miguel faz. Mostra a história de quilombos que desconhecemos. Mas se não rolar, volto a fazer cinema”, avisa.