Ricardo Daehnn
Alexandre de Paula
Especial para o Estado de Minas
Alice Corrêa*
Com uma história que mescla a visão doce de um operário em cima de seu cotidiano, transformado em literatura, o longa Arábia foi o grande vencedor da noite. O apelo popular do filme mineiro de Affonso Uchoa e João Dumans rendeu quatro prêmios Candango, incluindo o de melhor ator para Aristides de Sousa. Arábia ainda foi premiado pela trilha sonora e pela montagem.
Leia Mais
Politizado e plural, Festival de Brasília começa hoje com dois filmes mineiros na disputaProduções mineiras 'Nada' e 'Arábia' disputam o 50º Festival de BrasíliaPremiado no Festival de Brasília, 'A cidade onde envelheço' estreia nos cinemasNa 49ª edição do Festival de Brasília, nova geração de cineastas de Minas conquista 10 prêmiosRodado em BH e Salvador, 'A cidade onde envelheço' vence Festival de Cinema de BrasíliaWes Anderson divulga trailer de seu novo filme, 'Isle of dogs'; AssistaEm seu novo filme, Darren Aronofsky trata da questão ambiental com a metáfora de um casal que abriga estranhos em casa Exibido no Festival de Brasília em 2017, 'Construindo pontes' estreia hoje em BHRodado em MG, o premiado 'Arábia' estreia em apenas uma sala de BHEspecial de Natal da Globo Minas reúne diferentes gerações do teatro de BH'Vazante', filme de Daniela Thomas, aborda o período escravocrata Kaya Scodelario e Josh Hutcherson serão protagonistas da nova versão de 'Romeu e Julieta'Organizadores do I Love Jazz planejam novidades e festival maior em 2018Zero K, novo romance de Don DeLillo, aborda o interesse da vida após a morte'Sou linda, gostosa e polêmica', diz Ângela Ro Ro com 67 anos e novo disco na praçaPremiado há três anos com múltiplos troféus Candango, o brasiliense Adirley Queirós levou o importante prêmio de melhor direção pelo filme Era uma vez Brasília. Uma aventura futurística, a fita traz marcante teor político à cena cinematográfica. A produção local faturou também os de melhor fotografia e melhor som.
Outra história singela muito valorizada pelo júri do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi o longa baiano Café com canela. O filme codirigido por Ary Rosa e Glenda Nicácio obteve o reconhecimento de melhor roteiro, além do esperado destaque na votação do júri popular.
Bastante contestado durante a realização de debate, o longa de estreia de Daniela Thomas, Vazante, obteve prêmios de melhor atriz coadjuvante para Jai Baptista e melhor direção de arte para Valdy Lopes JN.
O terror Nó do Diabo, que conta com quatro codiretores, rendeu a Alexandre Sena o prêmio de melhor ator coadjuvante. Outro filme com premiação modesta foi Música para quando as luzes se apagam. Ainda assim, tratou-se do relevante destaque de melhor ator social para Emelyn Fisscher (prêmio especial do júri).
A vez dos curtas
No painel de denúncia contrária ao machismo, o curta Tentei (de Laís Melo) levou o prêmio de melhor curta-metragem, além de dar reconhecimento para a atriz Patricia Saravy com o prêmio de melhor atriz. O terceiro prêmio para o curta foi o de melhor fotografia.
Chico, uma visão crítica e poética de ataques à periferia carioca, consagrou os Irmãos Carvalho com o prêmio de melhor direção. Importante na festa de premiação, também foi destacado o curta Mamata, pela atuação de Marcus Curvelo. Com a figura de um anti-herói autodepreciativo, o curta destaca o integrante de uma geração perdida nas possibilidades. A produção também ganhou o prêmio de melhor montagem.
Carneiro de ouro (da brasiliense Dácia Ibiapina), um curta-metragem que aposta na carismática figura do cineasta de filmes populares Dedé Rodrigues foi considerado o melhor curta pelo júri popular.
Produção local
Quatro longas e 13 curta-metragens ocuparam a tela do Cine Brasília entre 18 e 22 de setembro na Mostra Brasília no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O fantástico patinho feio levou a melhor nos longas e UrSortudo e Tekoha - Som da terra dividiram o troféu de melhor curta. Ao todo, os filmes disputaram, levando-se em conta todas as categorias, uma premiação de R$ 240 mil.
Dirigido por Denilson Félix, O fantástico patinho feio conta a história de quatro garotos que, nos anos 1960, construíram, no fundo de um quintal, um carro de corrida para disputar os 500 km de Brasília, segunda prova mais importante da época. De Januário Jr., UrSortudo fala sobre o sistema prisional brasileiro. Já Tekoha, de Rodrigo Arajeju e Valdelice Veron, aborda a questão indígena.
Pela escolha do público, Menina de barro, longa de Vinicius Machado, e o curta infantil O menino leão e a menina coruja, de Renan Montenegro, foram os melhores.
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira
CONFIRA A PREMIAÇÃO
Prêmios oficiais
TROFÉU CANDANGO – LONGA-METRAGEM
Melhor filme: Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans
Melhor direção: Adirley Queirós, por Era uma vez Brasília
Melhor ator: Aristides de Sousa, por Arábia
Melhor atriz: Valdinéia Soriano, por Café com canela
Melhor ator coadjuvante: Alexandre Sena, por Nó do diabo
Melhor atriz coadjuvante: Jai Baptista, por Vazante
Melhor roteiro: Ary Rosa, por Café com canela
Melhor fotografia: Joana Pimenta, por Era uma vez Brasília
Melhor direção de arte: Valdy Lopes JN, por Vazante
Melhor trilha sonora: Francisco Cesar e Cristopher Mack, por Arábia
Melhor som: Guile Martins, Daniel Turini e Fernando Henna, por Era uma vez Brasília
Melhor montagem: Luiz Pretti e Rodrigo Lima, por Arábia
Prêmio especial do júri: melhor ator social, para Emelyn Fischer, por Música para quando as luzes se apagam
Júri popular – longa-metragem: Café com canela, de Ary Rosa e Glenda Nicácio
Prêmio Petrobras de Cinema para o melhor longa-metragem pelo júri popular: Café com canela, de Ary Rosa e Glenda Nicácio
TROFÉU CANDANGO – CURTA-METRAGEM
Melhor filme: Tentei, de Laís Melo
Melhor direção: Irmãos Carvalho, por Chico
Melhor ator: Marcus Curvelo, por Mamata
Melhor atriz: Patricia Saravy, por Tentei
Melhor roteiro: Ananda Radhika, por Peripatético
Melhor fotografia: Renata Corrêa, por Tentei
Melhor direção de arte: Pedro Franz e Rafael Coutinho, por Torre
Melhor Trilha Sonora: Marlon Trindade, por Nada
Melhor som: Gustavo Andrade, por Chico
Melhor montagem: Amanda Devulsky e Marcus Curvelo, por Mamata
Prêmio especial: Peripatético, de Jéssica Queiroz
Júri popular – Curta-metragem: Carneiro de ouro, de Dácia Ibiapina
Outros prêmios
Prêmio Canal Brasil
Chico, dirigido por Irmãos Carvalho
Prêmio Abraccine
Melhor filme de longa-metragem: Arábia, dirigido por Affonso Uchoa e João Dumans
Melhor filme de curta-metragem: Mamata, dirigido por Marcus Curvelo
Prêmio Saruê
Afronte, direção de Marcus Azevedo e Bruno Victor
Prêmio Marco Antônio Guimarães
Construindo pontes, dirigido por Heloísa Passos
Prêmio CiaRio/Naymar
Para o melhor curta pelo júri popular: Carneiro de ouro, dirigido por Dácia Ibiapina
Mostra Brasília (22º Troféu Câmara Legislativa)
Prêmios do Júri Oficial
Melhor longa-metragem (R$ 100 mil): O fantástico Patinho Feio, dirigido por Denilson Félix
Melhor curta-metragem (R$ 30 mil): UrSortudo, dirigido por Januário Jr. Tekoha / Som da Terra, dirigido por Rodrigo Arajeju e Valdelice Veron
Melhor direção (R$ 12 mil): Dácia Ibiapina, por Carneiro de ouro
Melhor ator (R$ 6 mil): Elder de Paula, por UrSortudo
Melhor atriz (R$ 6 mil): Rafaela Machado, por Menina de barro
Melhor roteiro (R$ 6 mil): Januário Jr., por UrSortudo
Melhor fotografia (R$ 6 mil): Gustavo Serrate, por A margem do universo
Melhor montagem (R$ 6 mil): Lucas Araque, por Afronte
Melhor direção de arte (R$ 6 mil): Bianca Novais, Flora Egécia e Pato Sardá, por O Menino Leão e a Menina Coruja
Melhor edição de som (R$ 6 mil): Maurício Fonteles, por Tekoha – Som da Terra
Melhor trilha sonora (R$ 6 mil): Ramiro Galas, por O vídeo de 6 faces
Prêmios do Júri Popular
Melhor longa-metragem (R$ 40 mil): Menina de barro, dirigido por Vinícius Machado
Melhor curta-metragem (R$ 10 mil): O Menino Leão e a Menina Coruja, dirigido por Renan Montenegro
Prêmio Petrobras de Cinema
Melhor longa-metragem pelo júri popular da Mostra Brasília: Menina de barro, dirigido por Vinícius Machado
Prêmio Plug.in
Melhor longa-metragem escolhido pelo júri popular da Mostra Brasília: Menina de barro, dirigido por Vinícius Machado
Prêmio ABCV (Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo)
Marco Curi, Manfredo Caldas e Gerlado Moraes
Prêmio CiaRIO
Melhor longa-metragem escolhido pelo júri popular da Mostra Brasília: Menina de barro, dirigido por Vinícius Machado
Melhor curta-metragem escolhido pelo Júri Popular da Mostra Brasília: O Menino Leão e a Menina Coruja, dirigido por Renan Montenegro
FestUniBrasíla – 1º Festival Universitário de Cinema de Brasília
Melhor filme: O arco do medo, dirigido por Juan Rodrigues (Universidade Federal do Recôncavo Baiano)
Melhor direção: Fervendo, dirigido por Camila Gregório (Universidade Federal do Recôncavo Baiano)
Júri popular: O Homem que não cabia em Brasília, dirigido por Gustavo Menezes (UnB)
Menção Honrosa – Método de construção criativa: Afronte, dirigido por Bruno Victor e Marcus Azevedo (UnB)
Menção honrosa – Fotografia: Gabriela Akashi, por Serenata (USP)
Menção Honrosa – Filme de animação: Mira, dirigido por Janaína da Veiga (Unespar).