A decisão foi anunciada no final da manhã de ontem, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, pelo distribuidor Jorge Peregrino, que encabeçou a comissão de sete integrantes da Academia Brasileira de Cinema (ABC). Pela primeira vez, a ABC indicou o candidato brasileiro à briga pelo Oscar.
Até então, a função cabia ao Ministério da Cultura (MinC). A mudança, determinada pelo ministro Sérgio Sá Leitão, deve-se à polêmica ocorrida no ano passado, quando a escolha de Pequeno segredo, de David Schürmann, foi envolta em suspeição. Pesou sobre o MinC a acusação de atuar deliberadamente para desfavorecer Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, depois de o cineasta criticar duramente o governo Temer no Festival de Cannes.
Protagonizado por Vladimir Brichta, Bingo: O rei das manhãs, que estreou em 24 de agosto, teve até a noite de quinta-feira público estimado de 188 mil pessoas, de acordo com o Filme B, o maior portal dedicado ao mercado de cinema no Brasil. A renda estimada, até agora, é de R$ 2,87 milhões. Atualmente, o filme não é exibido em BH. Certamente, voltará ao cartaz depois da decisão de ontem.
A produção concorreu com os longas Como nossos pais, de Laís Bodanzky, Corpo elétrico, de Marcelo Caetano, O filme da minha vida, de Selton Mello, e Polícia Federal: A lei é para todos, de Marcelo Antunez, entre outros.
O último longa brasileiro a receber uma indicação ao Oscar na categoria de filme estrangeiro foi Central do Brasil (1999), de Walter Salles.
MONTAGEM Bingo é o primeiro longa-metragem dirigido por Rezende, que recebeu uma indicação ao Oscar, em 2002, na categoria melhor montagem, por Cidade de Deus.
Agora, tem início nova batalha.
OUTROS CANDIDATOS
» Alemanha – In the fade, de Fatih Akin
» Áustria – Happy end, de Michael Haneke
» Bulgária – Glory, de Kristina Grozeva e Petar Valchanov
» Chile – Uma mulher fantástica, de Sebastián Lelio (em cartaz nos cines Belas Artes e Ponteio)
» Hungria – On body and soul, de Ildiko Enyedi
» Japão – Her love boils bathwater, de Ryota Nakano
» Kosovo – Unwanted, de Edon Rizvanolli
» México – Tempestad, de Tatiana Huezo
» Noruega – Thelma, de Joachim Trier
» República Tcheca – Ice mother, de Bohdan Sláma
» Suécia – The square, de Ruben Ostlund
» Vietnã – Father and son, de Luong Dinh Dung.