Confira 15 dicas de programação dos organizadores da Mostra CineBH

Aproveite a reta final da edição 2017 sem passar batido pelas atrações imperdíveis

por Mariana Peixoto 25/08/2017 10:00
Universo Produção/Divulgação
'Three', de Johnnie To, será exibido neste sábado, 26, no Cine Humberto Mauro. (foto: Universo Produção/Divulgação)

Assistir a o quê? Essa é a pergunta mais simples a ser feita diante das dezenas de filmes que a 11ª Mostra CineBH trouxe à cidade. Até domingo, 27, oito espaços, todos na Região Centro-Sul, exibem curtas e longas, nacionais e internacionais, inéditos ou não. Tudo de graça, vale dizer.

Para ajudar o leitor a escolher os filmes, o Estado de Minas fez a pergunta acima a quatro curadores da mostra. Marcelo Miranda e Pedro Butcher, curadores do evento; Pedro Maciel Guimarães, que selecionou os curtas; e Paula Kimo, que responde pela mostra A cidade em movimento, com trabalhos que discutem os lugares, as pessoas e as relações em Belo Horizonte.

O CineBH, contudo, não se resume aos filmes. Traz exposições e muitos shows. No CentoeQuatro, o coletivo da cultura hip-hop Família de Rua exibe fotografias e documentários em vídeo, que contam a história de uma década do Duelo de MCs, movimento nascido no Baixo Centro de BH. E ainda promovem nesta sexta-feira, 25, a partir das 23h30, uma versão pocket das batalhas.

O Museu de Artes e Ofícios (MAO) está ocupado por duas exposições: Ofícios da animação, que conta os 100 anos da história da animação no Brasil, e Um atrapalho no trabalho (apud Paulo Leminski), que promove um diálogo das peças do MAO com a arte contemporânea. A primeira vai até outubro; a segunda, até novembro.

No domingo, às 11h, na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza, tem samba com Gisele Couto. Ainda no dia do encerramento da mostra, às 20h, no Teatro Sesiminas, vai haver exibição de O mágico de Oz, com execução ao vivo de The dark side of the moon, do Pink Floyd. Além do CineBH, durante esta semana também está sendo realizada a Minas Gerais Audiovisual Expo (MAX), com rodada de negócios, palestras e encontros que vão ocorrer até este sábado, 26.

• MARCELO MIRANDA, CURADOR DO CINEBH

Blade Runner – O caçador de androides, de Ridley Scott (EUA, 1982/2007)

Sexta-feira, 25, às 19h, na Praça da Estação
A oportunidade de se assistir a esse clássico na Praça da Estação é única e incontornável. O filme de Ridley Scott, mesmo tendo sido feito nos anos 1980, soa ainda mais atual hoje, tanto pela ambientação decadentista de uma Los Angeles no ano de 2019 como na abordagem existencial de questões sobre filosofia e humanidade. A versão a ser exibida será o corte oficial do diretor, lançada em 2007.

Three, de Johnnie To (China, 2016)
Sábado, 26, às 21h30, no Cine Humberto Mauro
Outro grande exemplar do cinema asiático na mostra. É o filme mais recente de Johnnie To, diretor de Hong Kong e um dos mestres atuais do thriller e do policial. Aqui, ele constrói uma intriga hipnotizante dentro da ala de emergência de um hospital e consegue a façanha de fazer um filme frenético e urgente de perseguição dentro de um único (e fechado) cenário. Tem sequências memoráveis.

Males sem terra, de João Arthur (RJ, 2016)
Sábado, 26, às 18h30, no MIS Cine Santa Tereza
Em tempos de protestos e conflitos sociais no Brasil, um filme que trata disso sob o viés da invenção e de uma linguagem debochada e glauberiana, que fala das tragédias brasileiras de uma forma contundente e despudorada. Filme urgente.

Por exemplo, Electra, de Pierre León e Jeanne Balibar (França, 2012)
Domingo, 27, às 16h, no Cine 104
Um dos filmes mais especiais do cineasta francês homenageado da mostra, com toda a sua irreverência e inteligência na abordagem de si mesmo e da dramaturgia. Aqui, ele faz parceria com a lendária Jeanne Balibar tanto em cena como na direção, num filme delicioso.

PEDRO BUTCHER, CURADOR DO CINEBH

The mole song: Hong Kong capriccio
, de Takashi Miike (Japão, 2016)
Sexta-feira, 25, às 21h15, no Cine Humberto Mauro
Takashi Miike é uma verdadeira máquina e, certamente, um dos cineastas mais vibrantes e interessantes em atividade. Lança pelo menos um filme por ano, transitando pelos mais variados gêneros e modelos de produção. Este aqui é uma de suas aventuras mais comerciais, mas que não abre mão de sua anarquia e de suas idiossincrasias.

O caminhão, de Marguerite Duras (França, 1977)
Sábado, 26, às 14h, no Cine Humberto Mauro
Um filme raro da escritora e cineasta Marguerite Duras, em sessão comentada pelo crítico e diretor Pierre León, homenageado do festival. Um filme todo baseado na palavra, certamente um desafio para o espectador, profundamente atual e provocador.

Terra em transe, de Glauber Rocha (RJ, 1967)
Sábado, 26, às 16h30, no Cine Humberto Mauro
O filme petardo de Glauber Rocha completa 50 anos atual como nunca, em sessão especialíssima comentada por Ismail Xavier e Ivana Bentes.

Bangkok nites, de Katsuya Tomita (Japão/França/Tailândia, 2016)
Domingo, 27, às 18h30, no Cine Humberto Mauro
Outro exemplo da forte presença do cinema asiático na programação do Cine BH. Um retrato melancólico e pungente da vida noturna de uma grande cidade.

PEDRO MACIEL GUIMARÃES, CURADOR DE CURTAS-METRAGENS

Meu nome é Coraci, de Adan Sousa (GO, 2017)

Sexta-feira, 25, às 13h, no Cine Humberto Mauro
Documentário em tom de autofabulação sobre uma mulher, gari em Goiânia, que expõe a fraqueza e a força de um personagem comum.

Vênus – Filó, a fadinha lésbica, de Sávio Leite (MG, 2017)
Sexta-feira, 25, às 13h, no Cine Humberto Mauro
Animação divertidíssima sobre uma fada bem safada. A voz da fada é de Helena Ignez, musa do cinema marginal e cineasta libertária.


Pai aos 15, de Danilo Custódio (PR, 2016), e Luiza, de Caio Baú (PR, 2017)
Sábado, 26, às 21h, no Cine 104
Os filmes fazem parte da retrospectiva da produtora paranaense Gesto de Cinema. Os dois curtas são filmes sobre adolescência e sexualidade e como essas pessoas lidam com as responsabilidades da vida adulta.

PAULA KIMO, CURADORA DA MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

O som que vem das ruas III – filme em processo, de Bruno Figueiredo (MG, 2017)
Sexta-feira, 25, às 21h, no Cine 104
O documentário conta a história dos DJs de Belo Horizonte, em sessão que homenageia os 10 anos do Duelo de MCs.

Da lona ao Pai Tomas: a história do Cabana contada por seus primeiros moradores, de Marcus Vieira (MG, 2016)
Sábado, 26, às 18h15, no Cine 104
O documentário convida a comunidade do Cabana a se ver no cinema contando suas histórias.

Preto velho na Lagoinha, de Célio Dutra (MG, 2016)
•  Domingo, 27, às 18h, no Cine 104
Uma importante festa do calendário da umbanda é filmada de dentro da cozinha do terreiro, colocando em cena os rituais e o sincretismo da religião de matriz africana que luta contra a intolerância.


MOSTRA CINEBH E BRASIL CINE MUNDI
Até domingo, 27, no Palácio das Artes, Cine-Theatro Brasil, CentoeQuatro, Teatro Sesiminas, MIS Cine Santa Tereza, Museu de Artes e Ofícios, Sesc Palladium e Praça da Estação. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria de cada espaço, 30 minutos antes da respectiva sessão. Mais informações na página 12. Programação completa em www.cinebh.com.br.


MAX – MINAS GERAIS AUDIOVISUAL EXPO
Sexta-feira, 25, e sábado, 26, na Serraria Souza Pinto, Praça da Estação e Museu de Artes e Ofícios. Programação completa em www.minasgeraisaudiovisualexpo.com.br.

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