Prêmio Platino se rende a Sonia Braga

Atriz recebe seu segundo prêmio no festival, desta vez pelo desempenho em Aquarius. Em 2014, ela ganhou o troféu de honra. Noite foi dominada pelo argentino O cidadão ilustre

Pedro Galvão

FOTOS: PIERRE-PHILIPPE MARACOU/AFP - Foto: FOTOS: PIERRE-PHILIPPE MARACOU/AFP


Estrela de títulos como Dona Flor e seus dois maridos (Bruno Barreto, 1976), A dama do lotação (Neville de Almeida, 1978) e O beijo da mulher-aranha (Hector Babenco, 1985), Sonia Braga classificou Aquarius, segundo longa do diretor Kleber Mendonça Filho, como o “filme mais importante” de sua carreira, depois de receber o Prêmio Platino de melhor atriz por seu desempenho na obra do diretor pernambucano, em Madri, na noite de sábado.


Sonia garantiu o único triunfo brasileiro na premiação, criada em 2014 com o intuito de valorizar a produção cinematográfica da América Latina, Portugal e Espanha. Ela superou a espanhola Emma Suárez (Julieta), a uruguaia Natalia Oreiro (Gilda - No me arrepiento de este amor) e as colombianas Angie Cepeda (La semilla del silencio) e Juana Acosta (Anna).

“Fiquei muito emocionada por tudo que aconteceu, quando subi (ao palco), me veio outra história na cabeça. Lembrei de quando recebi o primeiro Platino, de honra, lembrei de quando vi o roteiro pela primeira vez, nossa vivência com o Aquarius e tudo o que aconteceu e vem acontecendo”, disse Sonia, após a vitória.

Aquarius estava indicado também a melhor filme e melhor direção. Nas duas categorias, o filme vencedor foi o argentino O cidadão ilustre, de Mariano Cohn e Gastón Duprat, que levou ainda melhor roteiro – de Duprat –, melhor ator (Oscar Martínez) e melhor filme no voto popular. O cidadão ilustre faz uma reflexão sobre o papel e o valor da arte, com uma trama cômica sobre a volta de um fictício escritor argentino vencedor do Nobel de literatura à sua pequena cidade natal, depois de décadas vivendo na Espanha.


“Eu me sinto muito feliz e muito honrado. Apaixonei-me por esse personagem desde que li o roteiro. Era algo que me agradava muito particularmente e isso é o mais importante, sobretudo porque é um filme muito inteligente”, disse Martínez, que também fazia parte do elenco de Relatos selvagens, vencedor do Prêmio Platino em 2015. A equipe ficou especialmente feliz com o prêmio do público.

“Isso nos deixa mais felizes do que ganhar um festival – saber que há um público nos vendo em vários países. No Brasil, tivemos mais de 80 mil espectadores, o que é um sucesso enorme para um filme argentino”, disse o produtor Fernando Sokolowicz.

A coprodução Espanha/EUA Sete minutos depois da meia noite abocanhou quatro troféus (melhor fotografia, direção de arte, montagem e direção de som), enquanto o venezuelano De longe te observo, de Lorenzo Vigas, saiu da premiação como o melhor longa de estreia.

 

*O repórter viajou a convite da organização do Prêmio Platino

 

Veja quem concorreu e quem venceu (em negrito) em Madri, no sábado

MELHOR FILME

O cidadão ilustre - Argentina, Espanha

Aquarius – Brasil
El hombre de las mil caras – Espanha
Julieta – Espanha
3Neruda - Chile, Argentina, Espanha

MELHOR DIREÇÃO

Pedro Almodóvar / Julieta – Espanha

Juan Antonio Bayona / Sete minutos depois da meia noite - Espanha, Estados Unidos
Kleber Mendonça Filho / Aquarius – Brasil
Mariano Cohn e Gastón Duprat / O cidadão ilustre - Argentina, Espanha
Pablo Larraín / Neruda - Chile, Argentina, Espanha

MELHOR ROTEIRO

O cidadão ilustre - Argentina, Espanha

El hombre de las mil caras – Espanha
El acompañante – Cuba, Colômbia, Panamá, Venezuela
La delgada línea amarilla – México
Neruda - Chile, Argentina, Espanha

MELHOR ATRIZ

Sonia Braga / Aquarius - Brasil
Angie Cepeda / La semilla del silencio - Colômbia
Emma Suárez / Julieta – Espanha
Juana Acosta / Anna – Colômbia
Natalia Oreiro / Gilda - No me arrepiento de este amor – Argentina

MELHOR ATOR 

Óscar Martínez / O cidadão ilustre - Argentina, Espanha

Alfredo Castro -De longe te observo - México, Venezuela
Damián Alcázar -La delgada línea amarilla - México
Eduardo Fernández / El hombre de las mil caras – Espanha
Luis Gneco /Neruda - Chile, Argentina, Espanha

MELHOR FOTOGRAFIA

Sete minutos depois da meia noite - Espanha, Estados Unidos

Las elegidas - México 
Boi neon - Brasil, Uruguai
La luz incidente - Argentina, Uruguai
Cartas de guerra - Portugal

MELHOR MONTAGEM

Sete minutos depois da meia noite/Espanha, Estados Unidos

Que Diós nos perdone – Espanha
De longe te observo - México, Venezuela
La delgada línea amarilla – México
Sin muertos no hay carnaval - Ecuador, México

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

Sete minutos depois da meia noite/Espanha, Estados Unidos
La luz incidente - Argentina, Uruguai
La reina de España - España
Cartas de guerra - Portugal
La muerte de Luis XIV – Espanha

MELHOR DIREÇÃO DE SOM

Sete minutos depois da meia noite - Espanha, Estados Unidos

El hombre de las mil caras – Espanha
Cartas de guerra - Portugal
De longe te observo- México, Venezuela
Desierto – México

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

Julieta - Espanha

Esteban - Cuba, Espanha
Neruda - Chile, Argentina, Espanha
Sete minutos depois da meia noite - 3Espanha, Estados Unidos
La luz incidente - Argentina, Uruguai

MELHOR FILME DE ESTREIA

De longe te observo - México, Venezuela

La delgada línea amarilla – México
Rara - Argentina, Chile
Tarde para la ira -Espanha
Viejo Calavera – Bolívia

MELHOR DOCUMENTÁRIO

2016 Nacido en Siria – Espanha

Atrapados en Japón – Chile
Cinema Novo – Brasil
Frágil equilibrio – Espanha
Todo comenzó por el fin – Colômbia

MELHOR ANIMAÇÃO

Psiconautas: los niños olvidados – Espanha

Bruxarias - Espanha, Brasil
La leyenda del chupacabras – México
Ozzy – Espanha
Teresa y Tim – Espanha

MELHOR MINISSÉRIE OU SÉRIE DE TV


Quatro estações em Havana - Cuba, Espanha
Bala loca – Chile
El marginal – Argentina
El ministerio del tiempo – Espanha
La niña – Colômbia

Velvet – Espanha 

.