Adolescentes são todos iguais. A maioria desastrados, mas com gás para encarar qualquer parada. Quando o assunto são paixões amorosas, aí a coisa desanda. A coragem some num passe de mágica – geralmente, é uma luta até a conquista final. Pode não parecer, mas o perfil teen vale tanto para gente como a gente quanto para heróis dos quadrinhos. A prova está em Homem-Aranha: de volta ao lar, dirigido pelo americano Jon Watts, que chega hoje a 42 salas de cinema de Belo Horizonte e da região metropolitana.
O tempero de jovialidade, quase beirando a inocência, faz do longa um dos melhores entre os cinco lançados desde o início da franquia, em 2002. Desta vez, a trama do aracnídeo se volta para a adolescência, com as descobertas e o medo que ela acarreta. Não falta o bullying dos colegas – volta e meia, Peter Parker é chamado de “Penis Parker” nos corredores da escola e nas festinhas da turma. O garoto enfrenta dificuldades para conquistar a primeira namoradinha e, claro, o maior desafio de todos: a descoberta de seus poderes e a luta contra o terrível Abutre, o vilão da vez. Tudo isso se dá quando Peter/Homem-Aranha volta para casa, depois de suas peripécias ao lado dos Vingadores em Capitão América: guerra civil (2016).
APRENDIZADO Há dois meses, o ator Tom Holland, de 21 anos, passou por São Paulo, onde conversou com cerca de 200 jornalistas. O garoto simpático e bom de papo falou sobre o personagem e de sua luta para conseguir o papel. “Homem-Aranha está em fase de aprendizado”, definiu, com bom-humor, ao lado da atriz norte-americana Laura Harrier, a Liz Alan, garota por quem Parker se apaixona.
Holland não entrou em detalhes sobre o resultado final do filme, por um simples detalhe: enquanto ele passava pelo Brasil cumprindo a longa agenda de divulgação – de São Paulo, onde ficou três dias, seguiu para a Cidade do México e para outros países –, a equipe técnica se concentrava na fase de pós-produção para que tudo ficasse pronto a tempo do lançamento mundial, marcado para hoje. Contudo, o ator inglês revelou que sua maior preocupação era fazer de seu Homem-Aranha tão amado quanto o icônico personagem dos quadrinhos.
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VÍDEOS Os primeiros contatos entre Tom Holland e a produção do filme foram vídeos domésticos em que o ator exibia sua habilidade para saltos – aliás, capaz de deixar Peter Parker de queixo caído. Depois vieram os testes, um deles com Robert Downey Jr. Daí em diante, o jovem inglês não desgrudou os olhos da página do estúdio até descobrir que faria o papel.
“A cada segundo, atualizava o Instagram. Quando postaram o resultado, fiquei louco”, contou. E ainda brincou com Kevin Feige, chefão da Marvel Studios. “Quando ele ligou, falei: ‘Cara, já sei. Você me ligou tarde demais’”, revelou.
Tom Holland só não sabia que dali em diante passaria alguns perrengues para segurar a onda do Homem-Aranha. Um deles foi o traje do herói. “Além de dar muito trabalho para vestir, ele não tinha zíper. Era impossível ir ao banheiro antes do fim da cena, que poderia demorar até 11 horas”.
O ator assistiu aos cinco filmes da franquia estreladas por Tobey Maguire (Homem-Aranha, Homem-Aranha 2 e Homem-Aranha 3) e por Andrew Garfield (O espetacular Homem-Aranha e O espetacular Homem-Aranha 2: A ameaça de Electro). Porém, assegura: seu personagem é bem diferente dos heróis criados pelos colegas, a começar pela idade. “Sou mais jovem do que eles e interpreto um personagem de 15 anos. Minha versão é a de um garoto que gosta de ler histórias em quadrinhos”, comparou.
Uma dica: o público deve esperar os créditos finais de Homem-Aranha: de volta ao lar. Ali estão duas cenas importantes. Uma delas mostra o destino do vilão Abutre e o que poderá vir por aí. A segunda exige um pouco mais de paciência: a aparição do Capitão América, um dos Vingadores, pode demorar, mas vai provocar gargalhadas.
* O repórter viajou a convite da distribuidora