De geração em geração, as festas de 15 anos ganham diferentes roupagens, mas, mesmo coma as inovações, permanecem como rito de transição da infância para a juventude. Momento em que muitos dilemas se tornam latentes, essa passagem inspira o filme Meus 15 anos, estrelado por Larissa Manoela, que estreia nesta quinta (22) nos cinemas do Brasil. Com produção da Paris Entretenimento e coprodução da Televisa e SBT/Alterosa, o longa, dirigido por Caroline Fioratti, é baseado no livro homônimo da escritora Luiza Trigo.
Uma das estrelas adolescentes de maior sucesso entre crianças e jovens, por ter vivido a personagem Maria Joaquina em Carrossel, novela infanto-juvenil no SBT, Larissa interpreta Bia, jovem prestes a completar 15 anos. A história se desenrola desde o momento em que a adolescente se descobre ganhadora de concurso, cujo prêmio é a realização de festa com toda a pompa e circunstância que a data requer, até o instante da valsa com o príncipe no dia do baile.
Se a história corresse dentro de uma sequência previsível, o filme seria mais um do formato. Mas, em tempo de empoderamento feminino, Luiza Trigo se atentou ao fato de que muitas adolescentes são bastante críticas. Diferente de outras meninas, o sonho de Bia não é ter uma festa de arromba, mas ser cantora. Aí está a chave que faz com que a personagem, embora viva todos os conflitos da idade, como a insegurança em relação à aparência e a busca pela aceitação no coletivo, seja empoderada – para fazer uso dos termos atuais.
Amante da música, Bia não integra a turma dos populares, sendo antagonizada por eles. Embora esse dilema de não entrosamento entre os populares e os “esquisitos”, frequentemente vítimas de bullying, já tenha sido muito explorado, reaparece de forma diferente quando as questões de uma menina de 15 anos são trazidas para os dias atuais.
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Tímida e um pouco atrapalhada, Bia tem como melhor amigo Bruno, vivido por Daniel Botelho. A amizade dos dois é selada pelo interesse pela música, materializado num instrumento de cordas pouco conhecido, o ukulelê. O filme parte da ideia da debutante no papel clássico de princesa que sonha ter o vestido mais bonito e, obviamente, conquistar o príncipe, papel predestinado ao aluno mais bonito e cobiçado da escola. O príncipe galã é Thiago (Bruno Peixoto). No entanto, a história não para nesse clichê.
Como nos contos clássicos, a menina também será acompanhada por fadas madrinhas na metamorfose de menina tímida à debutante popular do colégio. O detalhe é que são fadas madrinhas desconstruídas. Profissional à frente do marketing do shopping, Kátia (Polly Marinho) é responsável pela produção da festa e também por fazer com que Bia esteja glamorosa para a festa. Kátia conta com a ajuda de Joseph Charles (Victor Meyniel), que faz de tudo para colocar a menina nos padrões. Isso rende diálogos que funcionam muito, são inteligentes e engraçados.
Há muita sinergia entre os três personagens: Larissa com sua timidez, Kátia com sua disposição em fazer com que ela esteja impecável para a festa, mesmo que isso signifique que a menina tenha que deixar para trás o estilo pessoal, e Joseph, que faz a ponte entre Kátia e Larissa, literalmente, subindo no salto para um catwalk, aquela caminhada displicente das modelos na passarela como se não tivessem que se equilibrar nas alturas. O filme tem a participação da cantora Anitta, que interpreta ela mesma em show no baile.
Leia entrevista com Larissa Manoela
Como você se sente em mais uma atuação no cinema?
É o meu segundo filme. O primeiro foi O palhaço, onde atuei com Selton Mello. Já estou me acostumando com a telonas e o pessoal da Paris Filmes me deixou muito à vontade.
A Anitta faz uma passagem pelo filme como a cantora da sua festa de 15 anos? Você é fã dela? Já aprendeu a fazer a Paradinha?
Eu acho a Anitta incrível. Sou super fã, já a conhecia e já tinha ido a alguns shows dela, mas a participação dela no filme nos aproximou ainda mais. Gosto muito e tenho admiração por ela. Ainda não aprendi a fazer a Paradinha direito, mas estou tentando.
Você foi além da atuação, deu palpite e participou de outras questões do filme como a escolha do figurino, por exemplo?
Eu acho que essas questões foram muito bem divididas e a Paris Filmes me deixou bem à vontade. Eu achei tudo incrível e foi bem do meu gosto mesmo. Eles perguntaram algumas coisas que eu gostava, perguntaram qual a cantora eu gostaria de ter na festa e acabei sugerindo a Anitta, porque eu sou fã e todos os meus amigos gostam dela também.
Você tem 15 anos e milhares de fãs pelo Brasil. Como você lida com essa condição de ídolo de vários adolescentes?
Nunca imaginei que seria famosa, mas eu gosto disso tudo. Eu fico feliz, gosto de ser exemplo para as pessoas e busco sempre fazer o meu melhor, já que elas vão se inspirar em mim. É bom saber que as pessoas gostam de mim e querem me ver. Tenho muitas inspirações também e estou crescendo e levando junto muitos fãs para crescerem. Eu quero manter isso e quero sempre estar perto delas. Tento me aproximar e responder a todos os fãs nas redes sociais. No Instagram, por exemplo, são mais de 10 milhões de seguidores e eu sempre tento responder todos.
Quem são os seus ídolos?
Eu me espelho em duas pessoas: O Selton Mello e a Selena Gomez. O Selton eu acho uma pessoa, ator, diretor incrível. Já trabalhei com ele uma vez e temos o projeto de trabalhar juntos de novo, mas mais para frente, não tem nada certo ainda. A Selena também é sensacional, dirigi suas próprias peças, escreve suas séries e músicas. Gosto muito do trabalho dela.
Como você se vê daqui para frente?
Estou no terceiro ano e quero fazer um bom curso de inglês, estudar cinema e me especializar em direção de roteiros e quem sabe produzir minhas próprias séries como a Selena.
Quais são seus projetos para agora?
Lancei o livro O mundo de Larissa Manoela , gravei meu primeiro CD e DVD que será lançado em breve e volto para TV agora, no segundo semestre, a novela Pollyanna, no SBT.
Como é a sua relação com Silvio Santos?
Eu sempre falo que ele é o melhor patrão que alguém poderia ter. Ele é o ícone da TV brasileira e é muito bom poder estar perto dele.
Tão nova e com uma experiência intensa, você acredita que já está na condição de poder escolher o que faz?
Eu sempre avalio junto com meus pais e meus produtores todos os trabalhos que me convidam. Já cheguei a recusar um musical, mas porque achei que ainda não estava preparada para viver isso. Eu preciso estar 100% segura e saber que vou dar conta, se não, prefiro não aceitar.