Com uma trajetória marcada por cenas quentes, que fizeram história na pornochanchada, aos 74 anos, David Cardoso ainda mexe com o público. Durante bate-papo no projeto Curto Circuito, a plateia na Sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes, riu das situações vividas por ele e Mazzaropi - "uma vez ele me disse que se eu quisesse ser um galã teria que me deitar com ele" -, de como fez o convite com a então desconhecida Vera Fischer para sua estreia no cinema - "ela disse que não sabia atuar, mas me respondeu que sabia tirar a roupa" -. Ao lembrar de uma fase da vida, David Cardoso chorou. "Me arrependo de não ter estudado", falou em pranto.
O bate papo com a plateia rolou depois da exibição do filme Corpo devasso, de 1980. No longa, David Cardoso interpreta Beto, caseiro que depois de ser pego no flagra é expulso da fazenda e, na cidade grande, para sobreviver se relaciona com homens e mulheres. "O que eu não gosto é de mentira", disse ele, mostrando não ter problemas com as temáticas dos filmes onde atuou ou produziu. "Aceito muito bem a diversidade. O que não suporto é o ladrão, o político corrupto", reiterou.
Ao rever Corpo devasso, David Cardoso também se emocionou ao rever amigos com os quais trabalhou, mas morreram de forma trágica como o editor Jair Duarte. "Quando o cinema nacional entrou em crise, ele não perdeu o seu espaço e se matou". O ator criticou o atual preço para ir ao cinema - "como pagar R$ 25 por um ingresso?" - e lamentou também as mudanças na produção cinemantógrafica - "a tecnologia atropelou o cinema artesanal". David confessou também que não troca os títulos filmes do passado pelos sucessos mais modernos e não se cansa de rever e rever clássicos como Os brutos também amam e ...E o vento levou. "Vivo do passado", resumiu.
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Assista a um trecho do bate-papo com David Cardoso: