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Queridinha de Hollywood, Zoel Deutch estrela 'Antes que eu vá'

No filme que estreia hoje, garota com a vida aparentemente perfeita tem a chance de refazer suas últimas horas

Pedro Galvão
- Foto: Awesomeness Films/DivulgaÇÃO
O que você faria se pudesse viver novamente o último dia de sua vida? Muita gente pensaria em alterar o rumo dos acontecimentos para viver mais, dizer o que não teve coragem ou realizar o que não foi possível. As possibilidades são muitas. Em 2010, a norte-americana Lauren Oliver lançou seu primeiro livro, justamente sobre isso. Sete anos depois, a história de Antes que eu vá, que se tornou um best-seller entre os títulos voltados para o público jovem, chega aos cinemas, com Zoey Deutch no papel da garota que tem a oportunidade de refazer seus últimos momentos de vida.

Samantha Kingston é uma estudante bonita, cheia de amigos, que namora o rapaz mais cobiçado da escola e anda com a turma mais descolada no último ano de ensino médio. Uma vida perfeita, apesar de alguns desentendimentos com a mãe e das perturbações provocadas pela irmã mais nova.Tudo fica melhor quando chega o Dia do Cupido, data anual em que os meninos enviam rosas às meninas que admiram, numa espécie de correio elegante. Mais um ponto para o ego de Sam, que costuma ir embora com um grande buquê em mãos. Para melhorar, uma festa está marcada para o fim do dia, na companhia das melhores amigas e do namorado. Um dia perfeito, se não fosse o último da vida dela.

A história parte da morte da protagonista, que tem a chance de acordar novamente, para viver mais uma vez suas horas finais.
No entanto, teria ela algo para mudar, diante dessa condição de tantos privilégios? Algum arrependimento? Aproveitar a chance e evitar a própria morte poderia ser uma ótima ideia, mas o desenrolar dos fatos mostra que a situação é muito mais complexa do que parece, por envolver outras pessoas ao seu redor. Além da bolha das quatro amigas que comandam a escola, um nerd apaixonado por ela, uma garota lésbica em situação de exclusão social pelo preconceito e uma outra, vítima de bullying por suas dificuldades de interação social, também entram de forma determinante nos últimos instantes de seu destino.

REFLEXÃO Independentemente do que Samantha tente fazer para alterar o desfecho de sua história, ela acorda novamente, do mesmo jeito, para viver seu último dia outra vez, como se estivesse presa nele. A cada nova tentativa, ela nota que seus atos têm consequências para essas outras pessoas, no que parece uma releitura do filme Efeito borboleta (2005). Então as emoções da personagem começam a aflorar, alternando-se entre sensibilidade e revolta, como é comum nas mentes juvenis, para ela finalmente ter um momento de reflexão mais profunda sobre o que tudo isso significa.

Os dramas adolescentes aparecem fortemente na trama. O bullying é um dos pontos centrais, assim como as pressões pela iniciação sexual e os abusos do álcool. De modo geral, a fantasia em torno da possibilidade de reviver o dia da morte é o pano de fundo para a protagonista repensar os problemas relacionados às incertezas e delicadezas nas relações com seus familiares e colegas.

A adaptação do drama infantojuvenil na telona conta com a feliz coincidência da personagem principal se parecer, em alguns aspectos, com a atriz que a interpreta. Zoey Deutch, de 22 anos, é uma das queridinhas do momento em Hollywood. Nascida e criada sob os holofotes da mídia, por ser filha da atriz Lea Thompson (A família Buscapé e Tudo por um gato) e do diretor Howard Deutch (Acertando as contas com o papai), ela já estrelou pelo menos outras oito produções cinematográficas, desde o sucesso teen Academia de vampiros: O beijo das sombras, de 2014.

Quem dirige Antes que eu vá é a norte-americana Ry Russo-Young, de 35 anos. Essa é apenas a terceira realização da cineasta, que, até então, se dedicava mais às produções independentes. Seu filme anterior, Caminho para o coração, venceu o prêmio especial do júri no festival Sundance em 2012..