Falta de química entre Brad Pitt e Marion Cotillard pesa em 'Aliados'

Longa não convence nem como filme de aventuras nem como drama romântico. Casal gerou fofoca durante a separação do astro de Angelina Jolie

por Mariana Peixoto 16/02/2017 09:00

Daniel Smith/Divulgação
Marion Cotillard e Brad Pitt não convencem como casal apaixonado em 'Aliados'. (foto: Daniel Smith/Divulgação)

Doze anos separam Sr. & Sra. Smith e Aliados. Há muito em comum entre as duas produções além do protagonismo de Brad Pitt. Aliados, filme de Robert Zemeckis que chega nesta quinta-feira (16) aos cinemas, tem também um casal de espiões apaixonados que passam a desconfiar um do outro.

Para os maledicentes de plantão, é apresentado como o filme que marcou a separação de Pitt de Angelina Jolie. Marion Cotillard, sua parceira no longa, foi apontada como o pivô do fim do casamento. A francesa, grávida do segundo filho do ator e diretor Guillaume Canet, foi a público em setembro rechaçar as acusações. Mas não custa lembrar: Sr. & Sra. Smith custou o casamento de Pitt e Jennifer Aniston.

Bem, as comparações terminam aí. Se o filme de 2005 era uma comédia que não se levava a sério (e esse era um de seus méritos), o drama romântico Aliados, definitivamente, não levanta voo. Por mais de uma razão, incluindo a falta de química entre os protagonistas.

A história tem início em 1942, no Marrocos, durante a Segunda Guerra Mundial. Na Casablanca dominada pelos nazistas, o oficial canadense Max Vatan (Pitt) é incumbido de assassinar o embaixador da Alemanha. Nessa façanha, que deve ocorrer durante uma festa, ele terá como companheira Marianne Beausejour (Cotillard), figura de destaque na Resistência Francesa.

 

Os dois passam por marido e mulher. Sabem que não devem, mas acabam fazendo aquilo. Apaixonam-se e se casam, têm uma filha e, no fim da guerra, passam a viver no interior da Inglaterra. Ele como alto oficial, ela como devotada mãe de família. Só que nada é o que parece. Marianne, dizem os superiores de Max, seria espiã alemã. E cabe ao marido provar isso.

Diretor que sabe como poucos dar credibilidade a situações fantásticas e um tanto absurdas (a trilogia De volta para o futuro é o melhor exemplo), Zemeckis erra a mão no novo filme. Em tom moroso – e um tanto forçado –, vai acompanhando o relacionamento do casal. O clima é dos filmes clássicos de Hollywood, com uma nostalgia cheia de glamour – Aliados concorre ao Oscar de figurino.

Mas tudo é envernizado demais. Pitt parece desconfortável o tempo inteiro, permanecendo com a mesma expressão circunspecta quando mata, quando se casa, quando dança... Marion Cotillard ainda consegue dar graça à sua Marianne, deixando o espectador sempre em dúvida (é culpada ou não?).

O problema é o roteiro, com personagens caricatos e situações inverossímeis que beiram o ridículo. É não mais do que risível assistir ao parto da pequena Anna, ao ar livre, em meio a bombardeios (ao final, as enfermeiras batem palmas).

Um tanto incerto quanto a sua real intenção – Aliados é drama romântico ou aventura cheia de glamour? –, o filme segue para um final pífio, que apenas reflete a sua narrativa sem vida.

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