“Nunca pensei que poderia fazer a produção de um filme.” Assim o jovem Elizeu de Oliveira Miranda, de 17 anos, comenta a experiência de ter feito cinema pela primeira vez.
Amante de poesia e com 58 poemas escritos, Elizeu ajudou a contar a história fictícia de um adolescente abandonado pela namorada. “No curta Coração na estrada, o personagem principal é a estrada. É onde se passam todos os momentos vividos pelo menino: o primeiro beijo, quando ele foi abandonado”, conta o jovem, que é aluno da Escola Estadual Santa Rita, em Além Paraíba. “Foi uma experiência muito diferente, que nunca tinha vivido. Envolveu muito a gente, tanto na frente das câmeras como por trás.”
Os coletivos foram compostos por jovens com idades entre 15 e 18 anos de escolas públicas de Cataguases, Muriaé, Leopoldina, Juiz de Fora, Além Paraíba e de uma escola particular de Belo Horizonte.
O processo criativo teve início com os estudantes assistindo ao filme A família Dionti, do cineasta carioca Alan Minas. Totalmente produzido no Polo Audiovisual da Zona da Mata, o filme foi premiado em vários festivais nacionais e internacionais, inclusive como melhor roteiro no 10º Festival Internazionale Young About, em Bolonha, na Itália.
PARCERIA
O projeto é parceiro do programa de educação integral do estado. Em julho, os estudantes, acompanhados por professores, foram para Cataguases, onde, além de assistir ao longa de Alan Minas, participaram de debate com a presença do diretor, da produtora, de artistas mirins e de outros profissionais de cinema.
De acordo com o professor Luiz Leitão, um dos mediadores do projeto, foram realizadas oficinas sobre mídia com os estudantes antes de eles colocarem a câmera na mão. Também foram montados cineclubes nas escolas atendidas pelo projeto Escola Animada, que tem como objetivo capacitar em linguagem audiovisual os jovens e colaborar na formação de público para o cinema. Além do lançamento coletivo, cada cineclube fará eventos, separadamente, para divulgar os curtas produzidos. “Foi uma experiência muito rica para os alunos. Em dois meses, assistindo e produzindo roteiros, aprenderam o que levariam três anos para entrar em contato na escola regular. O repertório de todos eles se ampliou muito. Foi extraordinário”, conclui Leitão..