Filme 'Rogue one' mostra a força da franquia 'Star wars'

Produção é um um spin off da trama principal das aventuras de Luke Skywalker, Han Solo e da Princesa Leia

por Pedro Antunes/Estadão Conteúdo AFP 14/12/2016 20:03
Rogue one, o novo filme derivado da saga Star wars, que estreia hoje, comprova que a Disney continua pensando grande com a franquia criada por George Lucas, desde que adquiriu seus direitos, em 2012, por US$ 4 bilhões. O despertar da força, sétimo filme da saga, lançado no ano passado, arrecadou mais de US$ 2 bilhões. Rogue one promete ser um novo grande sucesso.
Disney/divulgação
Felicity Jones faz o papel de Jyn Erso, a heroína de Rogue one: Uma história Star wars (foto: Disney/divulgação )

Para a pré-estreia realizada nesta semana em Los Angeles, parte do Hollywood Boulevard foi fechada vários dias antes, gerando grandes engarrafamentos. A sessão para 2,7 mil convidados atraiu também centenas de fãs e provocou frisson com o desfile de estrelas – como os atores Christian Bale e Michael Douglas, o diretor Kevin Smith e sua filha, a atriz Harley Quinn Smith – pelo tapete vermelho.

“Adoro que tenham incorporado personagens femininos em papéis de líderes”, disse a atriz britânica Felicity Jones, de 33 anos, intérprete da franco-atiradora Jyn Erso, a heroína do filme. Felicity divide a cena com o mexicano Diego Luna, Mads Mikkelsen, Alan Tudyk e Forest Whitaker. “É surreal” fazer parte desta saga mítica, disse Mads Mikkelsen, o dinamarquês que interpreta o criador da Estrela da Morte. “Cresci com (Star wars) há 40 anos e, de repente, aqui estou.”

O filme, um spin off da trama principal das aventuras de Luke Skywalker, Han Solo e a Princesa Leia, conta a história da busca da Aliança Rebelde pelos planos da Estrela da Morte. A trama se situa antes da do primeiro episódio, Star wars: uma nova esperança, lançado em 1977. Com um mix de criaturas estranhas, fuzis e sabres de luz, batalhas espaciais, androides, tragédias familiares e humor cáustico, a nova proposta reúne todos os ingredientes com o DNA Star wars.

FILME DE GUERRA

Nascido em Londres e filho de paquistaneses, o ator Riz Ahmed faz o papel de Bodhi Rook em Rogue one. Ele é um aliado do império que muda de lado e passa a lutar com os rebeldes. “É um filme Star wars, mas, ao mesmo tempo, é diferente”, diz. “Você encara mais como um filme de guerra mais realista, unhas sujas, botinas no chão. É uma sensação de imersão que me emociona.”

Jovem de origem operária, Ahmed ganhou bolsa para estudar em Oxford e adora ler sobre política, filosofia e economia. Um perfil muito diferente dos papéis que já interpretou, como um suposto terrorista em O caminho para Guantánamo (2006) e O relutante fundamentalista (2012) ou um narcotraficante em Shifty (2008) e em Ill Manors (2012).

Também trabalhou na polêmica mas elogiada sátira Quatro leões, em que interpreta um idealista, mas cruel, líder de uma célula jihadista na Grã-Bretanha. “Sempre busco personagens com pontos fracos, não sei por quê, mas amo personagens que têm um forte sentimento de arrependimento ou um profundo desejo de retificar algo”, diz.

Além da carreira no cinema, Ahmed tem uma segunda atividade na música, como o rapper Riz MC no duo de hip-hop Swet Shop Boys. A dupla lançou recentemente a canção T5, na qual menciona o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Ahmed expressa ali a frustração e a raiva por sofrer preconceito racial – e, em alguns casos, maus tratos – em aeroportos dos Estados Unidos e Grã-Bretanha.

E assim um ator apaixonado por política acabou trabalhando naquele que é considerado o filme mais politizado de Star wars. Ele considera, no entanto, todos os filmes da saga “muito políticos”. “São sobre a ONU, o fim da Liga das Nações e o início do autoritarismo, do fascismo”, cita.

Ao falar sobre a mensagem de Rogue one, Ahmed a resume como a união das pessoas se dá durante a adversidade, sem importar suas origens. “Em um tempo em que todos falam ‘nós e eles’ e optam pelo tribalismo, é bom lembrar que precisamos uns dos outros para resolver os grandes problemas”, conclui.

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