"Acredito que Trump irá inspirar muitos, sobretudo humoristas. O ruim é que vamos sofrer na pele, principalmente os americanos (...) Ele inspiraria seriamente um filme de catástrofes", disse Almodóvar a jornalistas na terça-feira, 29, à noite, antes da pré-estreia de seu último filme, "Julieta", no MoMA.
"Esse tipo de personagem não parece verossímil na vida real, ele é um grande personagem de ficção. Ter que suportá-lo na realidade deve ser uma enorme desgraça. Esperamos que ele vá embora logo", opinou Almodóvar, vencedor de dois prêmios Oscar, sobre o republicano que surpreendentemente venceu as eleições contra a democrata Hillary Clinton.
Antes da eleição, Almodóvar havia dito que Hillary se encaixava perfeitamente no papel de "uma menina de Almodóvar" por sua fortaleza de caráter.
O MoMA irá exibir nas telonas até o dia 17 de dezembro os 20 filmes do célebre cineasta de maneira cronológica.
"É muito emocionante estar aqui esta noite", disse Almodóvar, recordando que em 1984, quanto tinha 35 anos, o MoMA apresentou seu filme "¿Qué he hecho yo para merecer esto?" em seu festival anual "Novos Diretores/Novos Filmes".
"Não é só um privilégio, mas também uma emoção muito grande estar no mesmo lugar mais de 30 anos depois e com um novo filme", disse.
"Julieta", o longa-metragem mais restrito do diretor, é baseado nos três contos "Chance", "Soon" e "Silence" que a canadense Alice Munro, vencedora do Nobel de Literatura em 2013, publicou na revista New Yorker. Ele conta a história de uma mãe madrilenha que procura incessantemente sua filha de 18 anos que desapareceu misteriosamente. Estreará nas salas de cinemas dos Estados Unidos em 21 de dezembro..