A resposta da natureza à gananciosa exploração do ser humano resulta em desastres terríveis para o meio ambiente – e ótimos para Hollywood. Em 2010, os norte-americanos conheceram o pior acidente ecológico da história de seu país, quando a plataforma petrolífera Deepwater Horizon explodiu no Golfo do México, matando 11 trabalhadores, ferindo outros 17 e espalhando o equivalente a 5 milhões de barris de petróleo pelo ecossistema local.
Em meio à tragédia, alguns bravos trabalhadores se salvaram, ajudando ainda colegas a escaparem das chamas. Um recorte perfeito para o cinema norte-americano, que ganha hoje, seis anos depois do desastre, o primeiro longa de ficção sobre o fato.
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Mark Wahlberg assume o papel principal do longa dirigido por Peter Berg. Ele interpreta Mike Willians, um dos técnicos da plataforma. A história começa quando Mike deixa o lar, a mulher e a filha para passar algumas semanas no arriscado trabalho em alto-mar.
O personagem de Wahlberg se destaca pela coragem e grande coração, assim como em O grande herói (2013), a primeira parceria do ator com Berg. Na ocasião, o ator – que também protagonizou Planeta dos Macacos (2001) e a comédia Ted (2012) – vive um herói de guerra estadunidense no Afeganistão.
Centrado no amor de Mike Willians por sua família e em sua coragem e companheirismo nos momentos difíceis, o longa mostra as 48 horas que antecederam a explosão e aborda o resgate das vítimas, pontuando os erros que levaram à tragédia.
VILÕES
Os executivos britânicos da British Petroleum (BP) são os grandes vilões. Gananciosos, frios e irredutíveis, desdenham dos alertas vindos de profissionais de segurança sobre os resultados dos testes de perfuração. Negligentemente, autorizam as ações imprudentes que resultaram na explosão.
A versão cinematográfica não difere da realidade. O supervisor técnico Donald Vidrine, interpretado por John Malkovich, chegou a ser indiciado por homicídio culposo pela Justiça dos Estados Unidos, mas foi inocentado no fim do ano passado.
Na trama, a vilania de Vidrine se contrapõe ao heroísmo de Jimmy Harrell, chefe da segurança da plataforma (Kurt Russel). Querido pelos trabalhadores da plataforma e premiado por sua competência, Harrell confronta os figurões da megaempresa britânica, zelando pela integridade de todos.
A presença feminina é representada pela mulher e pela filha de Willians, que sofrem, de longe, o drama do petroleiro, e pela engenheira Andrea Fleytas (Gina Rodriguez), sobrevivente do desastre.
Chama a atenção a dose de realismo que Berg procura dar à história, mantendo os mesmos nomes dos envolvidos e reproduzindo diálogos extremamente técnicos entre eles no processo de perfuração do poço no Golfo do México. Inclusive, a linguagem, em alguns momentos, confunde o espectador menos familiarizado com o tema.
CLÍMAX
O perigo enfrentado por quem estava na plataforma no momento da explosão e o pânico são detalhados nas cenas. Fogo e drama compõem o clímax, que não difere muito de outras produções em torno de tragédias.
Detalhes técnicos à parte, o longa poupa as famílias que perderam entes queridos na Deepwater Horizon, evitando qualquer tom de felicidade no desfecho da trama. Pelo contrário, as vítimas são homenageadas e, ainda que seja só mais um filme, fica o registro da tragédia causada pela irresponsabilidade. Fica também a denúncia do extrativismo causador de tantos horrores, seja no Golfo do México ou em Mariana.
Confira o trailer:
HORIZONTE PROFUNDO: DESASTRE NO GOLFO
EUA, 2016, 107min, de Peter Berg, com Mark Wahlberg, Dylan O’Brien e Kate Hudson. Classificação: 12 anos.
cotação: regular