A luz entre oceanos, do diretor norte-americano Derek Cianfrance, que estreia nesta quinta em BH, adapta para o cinema o best-seller homônimo da australiana M. L. Stedman. Tom Sherbourne (Michael Fassbender), um veterano de guerra atormentado por recordações, aceita a empreitada de tomar conta do farol de Janus Rock, ilha isolada da costa australiana. A tarefa que seria temporária, por seis meses, torna-se uma escolha de vida quando a Tom é oferecido contrato de trabalho de vários anos. O desafio não o intimida, mesmo diante da possibilidade de ter contato com as pessoas apenas de três em três meses, quando um barco leva suprimentos até o local.
Diferentemente dos faroleiros que o antecederam, ele segue sem família para a ilha, mas é conquistado pela jovem Isabel Graysmark (Alicia Vikander), com quem se casa e divide o dia a dia. Tudo se encaminha de forma tranquila para o casal apaixonado, que vive num paraíso exuberante. A principal responsabilidade é manter a luz do farol para guiar quem está no mar, principalmente em dias de tormenta. Mas, como o mar, a vida não é sempre uma visão bucólica.
O espectador se vê diante de um oceano de navegação segura em horas de calmaria e beleza, mas que pode ser tomado por tormentas que parecem nunca passar. Como encontrar a luz diante do amor e da moral, que parecem campos irreconciliáveis? Tom é colocado diante de duas possibilidades: atender ao desejo da mulher que o “ressuscitou”, com sua postura alegre diante da vida, ou cumprir o trabalho de forma correta.
O sonho de ter filhos, escolha comum entre muitos casais, é ponto de inflexão. Essa opção de formato familiar se torna questão muito maior em decorrência da escolha que atormenta Tom e Isabel. Num dia de calmaria, o casal retira do mar um barco e é surpreendido. Ali dentro está um homem morto e uma menina recém-nascida.
Sem outras pessoas para julgá-lo, o casal fica diante apenas da própria consciência. A construção psicológica de Isabel expõe a luz e a sombra de sua personalidade. Sem dúvida, é uma personagem forte e complexa, que lança foco sobre a interpretação de Alicia Vikander. Este ano, ela ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por seu trabalho em A garota dinamarquesa.
Os sentimentos em relação a Isabel vão para lugares extremos – da empatia com sua dor à raiva pela maneira como o desejo de ser mãe se sobrepõe a qualquer questão. Fassbender dá carga de dramaticidade ao herói de guerra Tom. De uma introspecção perturbadora, ele é entorpecido pelas atrocidades da Primeira Guerra Mundial. No entanto, Tom não surpreende. Apesar de ter passado pelos horrores do front, segue íntegro e resiliente. Vencedora do Oscar de atriz coadjuvante em 2006, Rachel Weisz vive Hanna Roennfeldt, a quem o casal terá que responder por suas escolhas.
O caminho pelo romance, já apontado em Namorados para sempre (2010), parece ser a escolha do diretor Derek Cianfrance, de 42 anos, que começou a filmar aos 13. Com fotografia que explora a beleza do mar e as paisagens da Austrália, ele constrói narrativa delicada, mas com cenas que levam o espectador a perder o fôlego. Consegue trazer para a montagem a inconstância do mar.
A LUZ ENTRE OCEANOS
(2016, 133min). Direção: Derek Cianfrance. Com Michael Fassbender, Alicia Vikander e Rachel Weisz
. BH Shopping 6, 14h50, 18h, 21h15 (leg)
. Boulevard 1, 18h20, 21h (leg)
. Pátio Savassi 2, 17h50, 20h50 (leg)
. Ponteio 4, 13h40, 18h40, 21h20 (leg)
Diferentemente dos faroleiros que o antecederam, ele segue sem família para a ilha, mas é conquistado pela jovem Isabel Graysmark (Alicia Vikander), com quem se casa e divide o dia a dia. Tudo se encaminha de forma tranquila para o casal apaixonado, que vive num paraíso exuberante. A principal responsabilidade é manter a luz do farol para guiar quem está no mar, principalmente em dias de tormenta. Mas, como o mar, a vida não é sempre uma visão bucólica.
O espectador se vê diante de um oceano de navegação segura em horas de calmaria e beleza, mas que pode ser tomado por tormentas que parecem nunca passar. Como encontrar a luz diante do amor e da moral, que parecem campos irreconciliáveis? Tom é colocado diante de duas possibilidades: atender ao desejo da mulher que o “ressuscitou”, com sua postura alegre diante da vida, ou cumprir o trabalho de forma correta.
O sonho de ter filhos, escolha comum entre muitos casais, é ponto de inflexão. Essa opção de formato familiar se torna questão muito maior em decorrência da escolha que atormenta Tom e Isabel. Num dia de calmaria, o casal retira do mar um barco e é surpreendido. Ali dentro está um homem morto e uma menina recém-nascida.
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Os sentimentos em relação a Isabel vão para lugares extremos – da empatia com sua dor à raiva pela maneira como o desejo de ser mãe se sobrepõe a qualquer questão. Fassbender dá carga de dramaticidade ao herói de guerra Tom. De uma introspecção perturbadora, ele é entorpecido pelas atrocidades da Primeira Guerra Mundial. No entanto, Tom não surpreende. Apesar de ter passado pelos horrores do front, segue íntegro e resiliente. Vencedora do Oscar de atriz coadjuvante em 2006, Rachel Weisz vive Hanna Roennfeldt, a quem o casal terá que responder por suas escolhas.
O caminho pelo romance, já apontado em Namorados para sempre (2010), parece ser a escolha do diretor Derek Cianfrance, de 42 anos, que começou a filmar aos 13. Com fotografia que explora a beleza do mar e as paisagens da Austrália, ele constrói narrativa delicada, mas com cenas que levam o espectador a perder o fôlego. Consegue trazer para a montagem a inconstância do mar.
A LUZ ENTRE OCEANOS
(2016, 133min). Direção: Derek Cianfrance. Com Michael Fassbender, Alicia Vikander e Rachel Weisz
. BH Shopping 6, 14h50, 18h, 21h15 (leg)
. Boulevard 1, 18h20, 21h (leg)
. Pátio Savassi 2, 17h50, 20h50 (leg)
. Ponteio 4, 13h40, 18h40, 21h20 (leg)