Fotos: Disney/Buena Vista/divulgação - Foto: Fotos: Disney/Buena Vista/divulgação

Oito anos depois do lançamento de seu primeiro filme, Homem de Ferro, o universo cinematográfico Marvel não para de crescer. Seu 14º longa-metragem, Doutor Estranho, chegou aos cinemas do Brasil – e de BH – na madrugada de hoje propondo-se a expandir a mente, assim como as HQs fizeram na década de 1960.

“Doutor Estranho foi um produto de sua época, um grande sopro de ar fresco no mundo dos quadrinhos de então”, explica o diretor Scott Derrickson, mais conhecido pelos filmes de terror O exorcismo de Emily Rose (2005) e Livrai-nos do mal (2014). “Como fã da Marvel, achava que era um bom momento para algumas mudanças novas, ousadas, estranhas. Minha abordagem foi fazer o filme ser tão estranho quanto os quadrinhos eram na década de 1960.”

Kevin Feige, produtor do longa e presidente do Marvel Studios, explicou o motivo da escolha do personagem: “Falamos dessa adaptação há muitos anos. Precisamos forçar os limites, surpreender o público, fazer filmes únicos e diferentes. Certamente, este longa e este personagem preenchem esses requisitos. Lidar com outras dimensões e com o universo sobrenatural vai ser útil conforme caminhamos dentro do universo cinematográfico da Marvel. Então, a hora era perfeita.”

Doutor Estranho reúne elenco invejável: Benedict Cumberbatch faz o papel-título do neurocirurgião arrogante que sofre um acidente de carro e tem as mãos destruídas. A medicina tradicional fracassa e ele recorre ao Kamar-Taj, centro de cura liderado pela Anciã (Tilda Swinton), que combate forças do mal com a ajuda de mágica. Lá, o médico conhece o ambíguo Mordo (Chiwetel Ejiofor) e Wong (Benedict Wong), guardião da biblioteca.

Mads Mikkelsen faz o vilão Kaecilius, antigo discípulo da Anciã que se revoltou por achar que alguns poderes estavam sendo mantidos em segredo. Rachel McAdams interpreta a médica Christine Palmer.

HAMLET A produção esperou por Cumberbatch, que estava fazendo Hamlet no teatro, em Londres, o que atrasou o início das filmagens. Embora jamais tivesse lido um gibi de super-heróis até o convite de Scott Derrickson para encarnar Doutor Estranho, o ator devorou boa parte dos quadrinhos criados por Stan Lee e Steve Ditko em 1963 até oferecer seu veredicto: temática e arte eram tão interessantes quanto datadas. Porém, Derrickson não se deu por vencido. E assegurou a escalação do ator indicado ao Oscar em 2015 pelo seriíssimo O jogo da imitação.

“Amei os Batman de Tim Burton, sei os diálogos de Michael Keaton de cor, mas tenho zero cultura de gibi. O caldeirão de imagens oferecido por Scott, no entanto, e meu interesse em experimentar o cinema populista criado pela Marvel, que fala o que o espectador quer ouvir, mas ao mesmo tempo oferece pontos de vista conflitantes de forma inteligente, me convenceram”, explicou Cumberbatch.

 

 

Confira os horários de exibição de Doutor Estranho nos cinemas

 

“Scott me ajudou muito na construção do personagem. Ele é especialista em lidar com algo que vai além da realidade. Minha imaginação não consegue me convencer de que há sangue e não tinta em filmes de terror, por exemplo”, revelou o ator.

Para o ator, o longa tem uma forte mensagem: “Você, com sua mente, tem o poder de mudar a realidade, e isso é maravilhoso, libertador, desprovido de ego. Fazer o bem aos outros é excelente. Doutor Estranho também aprende isso”.

Cumberbatch se divertiu no set. Durante as filmagens em Nova York, entrou em uma loja de quadrinhos, de uniforme completo, para delírio dos fãs. “Foi um momento mágico”, contou.

A continuação de Doutor Estranho ainda não está confirmada, mas o personagem vai aparecer no próximo longa dos Vingadores, com estreia prevista para 2018. (AE e AG)

Entrevista / Tilda Swinton , Atriz
Você se divertiu rodando o filme, mas esse não é seu tipo de produção habitual...
Não sei por que todo o mundo fica tão surpreso por eu ser fã da Marvel! Por que não seria? Sempre fui fã.

Muita gente considera esse tipo de filme e as HQs apenas entretenimento leve.
Isso é um mal-entendido sobre essas obras. Eles são uma coleção de mitos para gerações inteiras. Sempre tive interesse em ficção científica. Suponho que se a pessoa não tem interesse em ficção científica  ela não sabe como pode ser poderosa. Mas acho engraçado que os filmes sejam vistos como fáceis. Claro, alguns deles podem ser, entendo que possa haver um cansaço em relação a eles.
Originalmente, sua personagem era homem. Como vê isso?
Acredito quando o estúdio diz querer mais diversidade. O Pantera Negra vem aí. Capitão Marvel vai ser mulher. Originalmente, era um homem, mas Scott Derrickson queria que fosse mulher. Fico feliz que ele tenha pensado assim.

É decepcionante quando criticam o fato de sua personagem não ser de origem asiática como nos quadrinhos?
No filme, nunca ia ser um homem asiático, pois o diretor não queria perpetuar o estereótipo do oriental entregando a sabedoria para o herói branco. Ele tentou imaginar uma asiática, que terminava sendo um estereótipo também, da oriental misteriosa.

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