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Kleber Mendonça Filho, diretor de 'Aquarius', entrega cargo ligado ao governo

Ele pediu exoneração da função de diretor de cinema da Fundação Joaquim Nabuco, vinculada ao Ministério da Educação, em Recife

Diário de Pernambuco

O diretor Kleber Mendonça Filho - Foto: Victor Jucá/Divulgação

O cineasta Kleber Mendonça filho não é mais responsável pela coordenação de Cinema da Fundação Joaquim Nabuco. O diretor pernambucano entregou uma carta de exoneração ao presidente da instituição, Luís Otávio Cavalcanti, na qual alega que a decisão já vem sendo pensada ao longo dos últimos dois anos.

O diretor de 'O Som ao Redor' e 'Aquarius', que ocupa o cargo há 18 anos, diz que o afastamento se dá por motivos pessoais e profissionais. "Vem num momento particular da minha carreira como cineasta, carreira esta que sempre correu paralelamente às minhas funções nesta instituição", escreve ele na carta.

No texto, o cineasta conta como começou na Fundaj, aos 29 anos, e relembra as primeiras exibições de suas produções cinematográficas nas salas da instituição. Também escreve elogios: "Muito me alegra ver que, depois de 18 anos, o Cinema da Fundação tornou-se um órgão catalisador de diálogo, de cultura e que ele é visto e já estudado como grande incentivador para toda uma movimentação em torno do cinema de Pernambuco, produção esta que é hoje discutida em todo o Brasil e também no exterior a partir da comunidade criativa, que é algo impressionante". 

Por meio de nota, o presidente Luís Otavio Cavalcanti comentou o ocorrido. "Respeito a decisão do cineasta Kleber Mendonça Filho, de entregar o cargo por considerar este um ato pessoal. O mesmo respeito com que trato a decisão de Kleber Mendonça, de permanecer no cargo durante os 5 meses da atual gestão . Agradeço ao cineasta, pelo trabalho realizado na instituição e na promoção do Cinema da Fundação e desejo sucesso nessa nova etapa profissional", escreveu ele.

Mendonça Filho está agora nos Estados Unidos para lançar seu mais recente filme, Aquarius, no Festival de Cinema de Nova York.

A produção já passou por grandes festivais internacionais como Cannes, Toronto, Sidney, Amsterdam, Munique e Gramado. No Brasil, enfrentou problemas junto ao governo após protesto contra a gestão do então presidente interino Michel Temer durante exibição na França. A equipe do longa levou placas com os dizeres "Um golpe está acontecendo no Brasil". Ao não ter seu filme escolhido pela Secretaria de Audiovisual para representar o país no Oscar, o diretor alegou estar sofrendo perseguição política.

A atriz Sonia Braga em 'Aquarius' - Foto: Victor Jucá/Divulgação


Leia a carta de Kleber Mendonça Filho na íntegra:

 

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