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Chino Darín, filho do argentino Ricardo Darín, faz filme com Carolina Dieckmann

Em 'O silêncio do céu', em cartaz nos cinemas, ator interpreta personagem polêmico que se envolve com um estupro

Mariana Peixoto
- Foto: Pedro Luque/Divulgação
Ricardo Darín, atores argentinos. São três, na verdade, ainda que seja o do meio a principal referência da cinematografia argentina contemporânea. O mais velho, morto em 1989, fez teatro, cinema e televisão. Também foi aviador e poeta. O segundo, hoje com 59 anos, é o grande ator daquele país. Para o mercado interno e, principalmente, o externo. E o terceiro, aos 27, está alçando seus próprios voos.


É como “Chino” que o filho mais velho de Ricardo Darín e Florencia Bas vem começando a fazer carreira internacional. Em cartaz nos cinemas com a coprodução Brasil/Uruguai O silêncio do céu, de Marco Dutra (Trabalhar cansa, Quando eu era vivo), ele veio pela primeira vez a trabalho ao país, ao qual já dedicou tantas férias.


No filme rodado em Montevidéu com elenco binacional (os protagonistas são o argentino Leonardo Sbaraglia e a brasileira Carolina Diekmann), Chino Darín faz um papel pequeno, quase sem falas, mas essencial para o suspense psicológico da narrativa.


Mulher é estuprada por dois homens dentro de sua própria casa.

Ela tenta manter o trauma em segredo. Seu marido, que acabou de voltar para casa após uma separação, também tem algo a esconder. O casal não fala nada e o silêncio acaba transformando a relação dos dois.


“Foi difícil criar o personagem (Néstor), pois ao longo do filme não se sabe se ele é consciente ou não de suas ações, se sabe diferenciar bem e mal”, comenta Chino.


Néstor é mais um personagem problemático que ele interpreta. Com uma carreira que está caminhando para chegar à primeira década, ele elege como divisor de águas (pelo menos até agora) o Alejandro Puccio da série argentina História de um clã (2015).


Na narrativa, exibida no primeiro semestre no Brasil pelo canal pago TNT, ele interpreta o jogador de rúgbi que, com o pai, Arquímedes Puccio, sequestrou e matou pessoas na Argentina dos anos 1980. A série de 11 episódios foi lançada na mesma época do celebrado filme O clã, de Pablo Trapero, outra história a narrar a trágica trajetória da família Puccio.

 

“Na hora em que você participa de um projeto, seja de TV ou cinema, todos eles são iguais. Mas olhando para trás, foi História de um clã o que mais gerou trabalhos. Foi graças a ele que tive a possibilidade de fazer uma série em Madri”, continua. O projeto em questão se chama La embajada, um thriller político. E a participação nessa produção gerou convite para outra, também na Espanha.


Chino rodou neste ano a comédia A rainha da Espanha, de Fernando Trueba, em que a personagem-título ficou a cargo de Penélope Cruz. Hoje, divide-se entre a Argentina natal e a Espanha. Depois da passagem brasileira, foi para Barcelona para outro trabalho.


Papai Darín é um assunto obrigatório. Que Chino leva com leveza e bom humor. Frequenta sets desde criança, mas levou um tempo até se decidir a seguir a carreira do pai e do avô.
Tinha 19 anos quando começou a estudar teatro em Buenos Aires.


Havia a possibilidade de não ser ator sendo um Ricardo Darín? “Havia um mundo de possibilidades, era uma decisão pessoal. Só que o mundo da ficção está muito presente em várias gerações da minha família. Na hora de decidir, isto teve mais peso do que qualquer outra coisa”, responde.


E a opinião paterna na hora de fazer um trabalho, sempre vem em primeiro lugar? “Ela é tão importante quanto a de Florencia Bas e a de Clara Darín (sua irmã). E opinião de família é importante sempre, trabalhando ou não.”
Para encerrar o assunto paterno, Chino tem consciência das comparações. É difícil ser filho de Ricardo e fazer cinema em seu país? “Sim, por isso estou trabalhando na Espanha agora”, brinca. “Não, na verdade sempre foi muito fácil. Obviamente, tenho que viver com a comparação permanente. Estou fazendo meu próprio caminho e cada um que julgue como quiser.”

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