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“Um dos principais gargalos do mercado de cinema no Brasil se deve ao desconhecimento do formato de coprodução, que envolve mais o produtor que o diretor. Nos debates, sentimos que não se sabe como chegar aos coprodutores, como se dá a coprodução. Apostamos na fase do desenvolvimento, pois é quando há muito mais chance de arranjar interessados em colaborar. O distribuidor, por exemplo, geralmente não quer negociar com você depois que o filme está pronto”, observa Raquel Hallak, coordenadora do Cinemundi.
Na opinião dela, a percepção internacional sobre a produção cinematográfica nacional é de que se trata de cena “autoral e com linguagem ousada, como um motor de ideias”. Como as coproduções são o foco do evento, ela acrescenta que, no caso brasileiro, o país tem outra vantagem: “Temos política audiovisual consolidada, com dinheiro para o setor, e fica mais fácil apostar em projetos, já que o coprodutor estrangeiro não terá de bancar tudo. Muitas vezes, o filme já é apresentado com financiamento”.
Para esta edição, além de representantes brasileiros virão 21 convidados da Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, França, Itália, México, Portugal, Suíça e Uruguai para conhecer novos projetos do cinema brasileiro, participar de debates, consultorias, agenda de relacionamentos e encontros de negócios. “O cinema é uma caixinha de surpresa. Se der certo, ganha-se dinheiro, e muito. E quando se tem produtores associados, a possibilidade de entrar no mercado internacional é muito maior”, diz Raquel.
Ao todo, foram selecionados 18 projetos de longas-metragens brasileiros em fase de desenvolvimento ou pré-produção, de um total de 118 inscritos, fora um projeto convidado (16% a mais em relação ao ano passado). Eles estão organizados nas categorias CineMundi, DocBrasil Meeting, Foco Minas (uma das novidades deste ano, com três contemplados) e Cinélatino. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Paraná são os estados representados.
A comissão de seleção foi formada pelos produtores Paulo de Carvalho (Alemanha), Gudula Meinzolt (Suíça) e Séverine Roinssard (França), pelo crítico Pedro Butcher (Brasil) e por Raquel Hallak e Cecília Gabrielan (Universo Produção). Na categoria Cinélatino, a indicação veio do Festival de Toulouse (França), parceiro do programa. Toda a programação é gratuita e – mesmo sendo este um evento de mercado – aberta ao público, que poderá assistir a filmes e participar de debates e oficinas.saiba mais
A animação trata do alemão Curt Unckel, que veio para o Brasil no começo do século passado para estudar e conviver com comunidades indígenas. “Ele sistematizou grande estudo sobre o tema que até hoje é reconhecido como dos principais”, conta ele. O diário dele serviu de base para filmagens que inspiraram os animadores do projeto, acrescenta: “É um processo parecido com o de Valsa com Bashir, que parte de um extrato documental”. Atualmente, está em fase final de pré-produção.
“Produtos de animação brasileira têm ganho muito espaço no mercado externo. É um momento bom, de reflexão e no qual estamos sistematizando o processo de produção para diferenciar do que é uma produção de live action. A partir dessa nossa primeira experiência, queremos discutir sobre mecanismos de incentivo para esse tipo de produção, com orçamento condizente. Normalmente, animação tem produção muito demorada e isso traz consequências para o desenvolvimento do projeto, do ponto de vista financeiro”, afirma ele.
Já Isaac Donato, roteirista e diretor de O sino, selecionado para a categoria CineMundi, virá da Bahia só para participar do evento. “O principal desafio é ultrapassar a barreira da viabilidade comercial da produção e ela vem sendo vencida com inciativas como esta. O encontro com estrangeiros em terras brasileiras significa uma abertura mais expressiva e esses laços com o mercado internacional só potencializam a nossa projeção.” Seu longa de ficção tem estética de filme de guerra e aborda três crianças que ajudam os pais ao trabalharem numa fábrica de fogos de artifício do interior.
Um júri oficial, composto por três profissionais do audiovisual, elegerá o melhor projeto da categoria CineMundi e os produtores brasileiros que participarão de eventos de mercados internacionais. Os vencedores serão anunciados e premiados no encerramento da programação do CineMundi, dia 24 do mês que vem, no Cine Humberto Mauro, em Belo Horizonte.
PROJETOS SELECIONADOS PARA O 7º BRASIL CINEMUNDI
CATEGORIA CINEMUNDI
A MÃE
De Cristiano Burlan (Bela Filmes/SP)
A SOMBRA DO CÃO
De Carla Saavedra Brychcy (Filmes da Garoa/SP)
AMORES MODERNOS
De Julia Sondermann (Cosmonauta/RS)
CASA VAZIA
De Giovani Borba (Panda Filmes/RS)
DESCALÇA
De Sônia Procópio (Tambor Multiartes/PR)
FILME DE SEREIA
De Indira Dominici (Duas Mariolas Filmes/RJ)
JERÔNIMO
De Ailton Krenak e Mariana Fagundes Azevedo (Noctua/MG)
MESOPOTÂMIA
De Andy Malafaia (3 Moinhos Produções Artísticas/RJ)
NATAN
De Victor Costa Lopes e Luciana Vieira (Tardo Filmes/CE)
O SINO
De Isaac Donato (Movie Ações Audiovisuais/BA)
CATEGORIA PARCERIA CINéLATINO
O FILHO PLANTADO
De Thais Fujinaga (Avoa Filmes/SP)
CATEGORIA DOC BRASIL MEETING
A QUESTÃO PRISIONAL
De Alice Riff (Estúdio Riff/SP)
AMÉRICA ARMADA
De Alice Lanari e Pedro Asbeg (Palmares/RJ)
ARQUIVOS DE LAVA
De Felipe Chimicatti e Pedro Carvalho (Trem Chic/MG)
BARRAGEM
Eduardo Ades (Imagem-Tempo/RJ)
BEM VINDOS DE NOVO
De Marcos Yoshi (Montanha Russa Produções Audiovisuais/SP)
CATEGORIA FOCO MINAS
CORPO PRESENTE
De Leonardo Barcelos (Tandera Filmes/MG)
NIMUENDAJÚ
De Tania Anaya (Anaya Produções/MG)
VELHOESTE
De Thiago Taves Sobreiro (Cento e Oito Filmes/MG)