“Aquilo me deu vontade de apontar a câmera para elas. E de pensar um filme para ambas, que são duas grandes atrizes. O primeiro desejo foi fazer algo em torno da doença mental, de como essas pessoas têm suas alegrias e seus desejos de viver aprisionados, como são excluídas da convivência social por causa de preconceitos. Foi um ano de pesquisa sobre tudo isso”, diz ele em entrevista por telefone, de Atlanta, onde roda sua primeira produção em inglês, The leisure seeker, com Donald Sutherland e Helen Mirren.
Mais do que uma homenagem às atrizes, no entanto, Loucas de alegria investe contra a ditadura do bem-estar psicológico e a busca incessante por justificativas psicopatológicas para todos os males. Para Virzí, a elite consegue passar incólume por essas exigências, mas o mesmo não ocorre com as camadas mais humildes.
“Somos grandes consumidores de psicofármacos. Se pudéssemos imaginar no que estão apostando os grandes investidores, depois de colocar suas fichas nas dívidas dos países, creio que estariam apostando nas grandes indústrias farmacêuticas que produzem remédios ansiolíticos, antidepressivos e outros.