Casar é fácil; difícil mesmo é se separar. Esse é um dos motes do mais novo filme da cineasta Julia Rezende (Meu passado me condena 1 e 2 e Ponte aérea), que estreia hoje nos cinemas. Um namorado para minha mulher é uma adaptação de um dos grandes sucessos da comédia argentina, Un novio para mi mujer (2009), de Juan Taratuto. Na versão brasileira, Chico (Caco Ciocler) e Nena (Ingrid Guimarães) estão vivendo uma crise no casamento. Sem coragem de pedir o divórcio, ele resolve contratar Corvo (Domingos Montagner), um amante profissional, para conquistar sua mulher. A ideia é que ela se apaixone e decida por si mesma acabar com o casamento.
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Pela primeira vez na carreira, a atriz colabora no roteiro do filme. A adaptação de Um namorado para a minha mulher é assinada em parceria com a diretora do longa e com Lusa Silvestre (de Estômago e E aí, comeu?). “Nas cenas em que a Nena solta o verbo no programa que ela passa a apresentar no YouTube, as falas foram todas criadas por mim. São coisas que eu, Ingrid, sempre tive vontade de falar e acredito que muita gente tem”, opina.
Mais do que fazer rir, a intérprete de Nena acredita que o longa-metragem também leva o espectador a refletir sobre os relacionamentos. O olhar sobre o outro, a dificuldade de boa parte dos homens em tomar as decisões sobre a relação são alguns dos pontos abordados pela produção. “Essa coisa do comodismo, de que é preciso perder para valorizar, de que é necessário uma terceira pessoa aparecer para que um possa enxergar o outro de verdade. É uma comédia, sim, mas é também um filme que emociona e que joga luz sobre o casamento. Isso é bacana.” Em outubro, a atriz começa a rodar Fala sério, mãe!, produção cinematográfica inspirada no livro adolescente de Thalita Rebouças.
Um namorado para minha mulher traz ainda no elenco Marcos Veras, Miá Mello, Paulo Vilhena e a participação especial de Antônio Petrin. Confira o trailer:
TRÊS PERGUNTAS PARA...
JULIA REZENDE, diretora
O que mais atraiu você nessa adaptação?
A história em si. Um casamento que dura tanto tempo, 15 anos, mas é um casal que está se sentindo impotente, que não consegue transformar essa relação em algo interessante nem partir para outra; está meio no limbo. Aí surge essa ideia meio lúdica de um amante profissional, uma figura meio esquisita que entra na história para transformar todos esses personagens. Por mais surreal que o Corvo seja, ele consegue ser verossímil. É um filme divertido, mas, ao mesmo tempo, um retrato cru de uma relação que está desgastada e em que um não preza muito pelo outro.
Um dos pontos interessantes do filme é que os três atores principais estão fazendo trabalhos bem diferentes do que estão acostumados. Isso foi proposital?
A gente queria exatamente isso, que todo mundo saísse de sua zona de conforto. O Caco Ciocler, que geralmente faz trabalhos mais sérios, fazendo uma comédia, um homem medroso, meio bobo; a Ingrid, que saiu desse papel de supermulher, sem glamour e vaidade nenhuma para fazer a Nena, que é bem ácida, mais durona, e o Domingos Montagner, que foi despido dessa coisa do galã para fazer o Corvo, um sedutor completamente excêntrico, um personagem bem inusitado. Acho que essa combinação foi muito interessante e deu supercerto.
Na sua opinião, que tipo de comparação pode haver entre o seu filme e o argentino?
A nossa versão é uma adaptação bem fiel aos personagens e ao enredo, mas cada um tem a sua personalidade. A gente procurou outras maneiras de contar essa história, porque o humor argentino é bem diferente do brasileiro. Acho que o nosso é mais solar, mais leve e aberto. Sem contar que demos uma atualizada, porque o longa argentino é de 2009.