Ingrid, que virou a rainha das comédias brasileiras com as franquias De pernas pro ar e Loucas pra casar, afirma que, apesar do viés engraçado, sua personagem é completamente diferente de tudo o que já fez. Nena tem um olhar perspicaz e crítico sobre todos os assuntos, tem um mau humor que se revela extremamente sagaz e é muito autêntica. “Ela é uma personagem torta, assim como os demais do filme.
Pela primeira vez na carreira, a atriz colabora no roteiro do filme. A adaptação de Um namorado para a minha mulher é assinada em parceria com a diretora do longa e com Lusa Silvestre (de Estômago e E aí, comeu?). “Nas cenas em que a Nena solta o verbo no programa que ela passa a apresentar no YouTube, as falas foram todas criadas por mim. São coisas que eu, Ingrid, sempre tive vontade de falar e acredito que muita gente tem”, opina.
Mais do que fazer rir, a intérprete de Nena acredita que o longa-metragem também leva o espectador a refletir sobre os relacionamentos. O olhar sobre o outro, a dificuldade de boa parte dos homens em tomar as decisões sobre a relação são alguns dos pontos abordados pela produção. “Essa coisa do comodismo, de que é preciso perder para valorizar, de que é necessário uma terceira pessoa aparecer para que um possa enxergar o outro de verdade. É uma comédia, sim, mas é também um filme que emociona e que joga luz sobre o casamento. Isso é bacana.” Em outubro, a atriz começa a rodar Fala sério, mãe!, produção cinematográfica inspirada no livro adolescente de Thalita Rebouças.
Um namorado para minha mulher traz ainda no elenco Marcos Veras, Miá Mello, Paulo Vilhena e a participação especial de Antônio Petrin. Confira o trailer:
TRÊS PERGUNTAS PARA...
JULIA REZENDE, diretora
O que mais atraiu você nessa adaptação?
A história em si. Um casamento que dura tanto tempo, 15 anos, mas é um casal que está se sentindo impotente, que não consegue transformar essa relação em algo interessante nem partir para outra; está meio no limbo.
Um dos pontos interessantes do filme é que os três atores principais estão fazendo trabalhos bem diferentes do que estão acostumados. Isso foi proposital?
A gente queria exatamente isso, que todo mundo saísse de sua zona de conforto. O Caco Ciocler, que geralmente faz trabalhos mais sérios, fazendo uma comédia, um homem medroso, meio bobo; a Ingrid, que saiu desse papel de supermulher, sem glamour e vaidade nenhuma para fazer a Nena, que é bem ácida, mais durona, e o Domingos Montagner, que foi despido dessa coisa do galã para fazer o Corvo, um sedutor completamente excêntrico, um personagem bem inusitado. Acho que essa combinação foi muito interessante e deu supercerto.
Na sua opinião, que tipo de comparação pode haver entre o seu filme e o argentino?
A nossa versão é uma adaptação bem fiel aos personagens e ao enredo, mas cada um tem a sua personalidade. A gente procurou outras maneiras de contar essa história, porque o humor argentino é bem diferente do brasileiro. Acho que o nosso é mais solar, mais leve e aberto. Sem contar que demos uma atualizada, porque o longa argentino é de 2009..