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Festival de Curtas

18ª edição do FestCurtas BH começa hoje no Palácio das Artes

Programação irá refletir sobre a produção digital e analógica e serão exibidas produções que abordam temas contemporâneos mundiais

Estado de Minas

FOTOS: FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO/DIVULGAÇÃO - Foto: FOTOS: FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO/DIVULGAÇÃO

 

O Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte inicia hoje sua 18ª edição, com a proposta de promover o diálogo entre passado e presente, realizando um contraponto entre técnicas analógicas e a produção (majoritária) com tecnologia digital. Até o próximo dia 14, o festival promove mostras competitivas, exibições temáticas, cursos e seminários, no Cine Humberto Mauro e na sala Juvenal Dias, ambos no Palácio das Artes. Todas as atividades são gratuitas


Bruno Hilário, membro da coordenação geral do festival, destaca que o Cine Humberto Mauro é uma das únicas salas do Brasil que ainda exibem filmes em película. “O festival busca promover a seguinte ideia: o cinema é digital, mas também é analógico. Por muito tempo, a película definiu o cinema, e nossa intenção, agora, é devolver a magia do analógico às novas gerações”, afirma.

 

 

A oficina Revelação Alternativa 16mm é exemplo desse foco adotado pelo FestCurtas. Ministrada pela venezuelana Adriana Vila e pelo espanhol Luis Macías, o minicurso ensinará técnicas caseiras de revelação de filmes. “Um dos problemas atuais (do cinema) é que o formato digital foi tomando os campos da criação audiovisual, por um lado facilitando muitos processos, mas, por outro, impondo-se como única alternativa possível, descartando do mercado o acesso e a continuidade de uso de outros formatos analógicos e em película”, afirma Adriana.

Além de ministrar oficina, a venezuelana integra também um dos júris do festival, que tem suas mostras competitivas separadas nas categorias Minas, Brasil e Internacional. Segundo a organização, mais de 2.500 produções foram inscritas neste ano.

Dessas, 52 foram selecionadas para a disputa.

Paralelamente às exibições de filmes em concurso, há mostras temáticas como Movimentos de Mundo, que dá destaque para produções que tratam de aspectos políticos, sociais e culturais da contemporaneidade. É o caso de Sniper de Kobani e Lição de patriotismo. Ambos retratam a atual guerra civil na Síria. Strana Udehe, por sua vez, fala da situação de povos indígenas tradicionais no extremo Oeste da Rússia.

Segundo Bruno Hilário, esse filme traz uma questão que nos permite refletir, entre diversas coisas, sobre a situação do índio no Brasil, que passa por um processo semelhante ao de extermínio. “O curta-metragem tem essa vantagem de dialogar com temas e pensamentos correntes e marcantes para a experiência humana”, afirma.


Questões de relevância mundial, como a situação dos refugiados políticos e de guerra, a crise econômica planetária e os atentatos de 11 de setembro, também serão destaques de outras mostras. Duas delas são voltadas ao público infantojuvenil: Infantil e Juventudes. Para os adultos há ainda opções nos segmentos Topologias imaginárias, com filmes que reforçam o poder da imagem, e Sessão Maldita, com produções que buscam causar sensações de medo ou aversão no espectador.

A homenageada desta edição é a cineasta belga Chantal Akerman (1950-2015). Além de uma retrospectiva de sua obra com trabalhos inéditos no Brasil, o FestCurtas promoverá um seminário a respeito de sua carreira e de sua biografia. O seminário será ministrado por Carla Maia, doutora em comunicação social e estudiosa do papel da mulher no cinema.

18º FESTCURTAS BH

De hoje a 14 de agosto, no Cine Humberto Mauro e na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro.) O ingresso é gratuito.
A distribuição de entradas começa 30 minutos antes da sessão. Programação completa: festivaldecurtasbh.com.br/18/.
 

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