Começa hoje, no Sesc Palladium, a mostra Política e Palavra no Cinema Contemporâneo – Acervo forumdoc.bh, que vai até 7 de agosto. A programação coloca na tela uma linhagem cinematográfica importante e com presença difusa: o cinema etnográfico. Produções que defendem meditações sobre a relação entre indivíduo, sociedade e mundo. A primeira sessão começa às 18h30, com os filmes Rap, o canto da Ceilândia e Mestres do viaduto. A abertura oficial ocorre às 20h30, com exibição de curtas, entre eles O primeiro dia depois do fim do mundo, sobre a manhã após o rompimento da barragem da Samarco, em Bento Rodrigues (MG). Aílton Krenak, na ocasião, conversa com o público.
O festival propõe três eixos: Cinema contemporâneo – Território ameríndio, com trabalhos de realizadores indígenas; Juventude urbana, que exibe produções que buscam outras formas de mostrar o cotidiano das periferias e comunidades; e Imagens do Antropoceno, que traz o impacto sobre o meio ambiente das ações humanas. “A mostra é um panorama do documentário que revela muito da situação que o mundo vive hoje”, explica Carla Italiano, curadora da mostra com Júnia Torres. A prova, aponta, é o dialogo intenso entre os filmes apresentados, mesmo sendo produções diferentes entre si.
A curadora conta que o documentário vem vivendo, nos últimos 15 anos, momento rico e em continua expansão. “O modo como os temas são colocados e como se faz a enunciação das questões fazem com que os filmes sejam gestos políticos”, explica. Uma diferença entre os documentários antigos e a produção contemporânea, para ela, talvez seja a preocupação dos realizadores atuais de explicitar a relação entre quem filma e quem é filmado, às vezes, com o próprio diretor entrando em cena. “A experimentação de linguagem é outro aspecto que vem se fortalecendo”, observa, lembrando-se da enorme diversidade de abordagens.
Para Carla Italiano, alguns filmes que evidenciam a riqueza de questões posta pelo documentário contemporâneo podem ser: Tekowe – A origem da alma, de Alberto Alvares – o diretor estará em Belo Horizonte, na quinta-feira, para conversar com o público. Ou Branco sai, preto fica, de Adirley Queirós, e A vizinhança do tigre, de Affonso Uchoa. E, ainda, Our terrible country, de Mohammad Ali Atazzi e Ziad Homsi.
Mostra Política e Palavra no Cinema Documentário Contemporâneo – Acervo Fórum.doc.
De hoje a 7 de agosto. Sesc Palladium – Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3214-5350. Entrada franca. Programação completa: https://www.sescmg.com.br..