The Infiltrator, com Cranston e John Leguizamo como dois policiais infiltrados e Benjamin Bratt como um narcotraficante em Miami vinculado a Escobar, estreia nesta quarta-feira (13) nos Estados Unidos e em setembro no Brasil.
O filme dirigido por Brad Furman é o mais recente de uma série de produções sobre o narcotraficante colombiano, que reinou no planeta nos anos 1980 graças a seu domínio do mercado da cocaína.
Como aconteceu com Al Capone ao longo do século passado, a indústria do cinema e da TV está transformando lentamente Escobar em uma lenda. O colombiano foi morto a tiros pela polícia de seu país em 1993.
"Pablo Escobar é lendário", disse Cranston à AFP em um hotel de Miami, durante um evento promocional do filme. "Ele é uma figura icônica e existe algo de tabu sobre ele. Ele é maior do que a vida, trouxe muito medo e desconfiança de um lado, e ainda assim fez algumas coisas muito boas em seu país. Assim, muitas pessoas estavam em conflito sobre como se sentiam sobre ele, mas no final sua maldade superou sua bondade e isto serve para boas histórias".
Cranston tem conhecimento de causa. Ele se tornou um astro mundial e venceu quatro prêmios Emmy graças ao papel de Walter White, o professor de Química que vira produtor e traficante de metanfetamina na série Breaking Bad, que chegou ao fim em 2013, aclamada por público e crítica.
"Todos amam histórias de gangster", disse Cranston. "São histórias onde alguém vem do nada e, graças a sua força ou inteligência ou o que for necessário, chega ao poder. É uma espécie de sonho americano".
Escobar como personagem não aparece fisicamente em The Infiltrator.
O agente Mazur, que com métodos bastante rudimentares consegue virar um expert em finanlas clandestinas, consegue se infiltrar na equipe de Escobar nos anos 1980 e lavar milhões de dólares da cocaína.
Uma história real
The Infiltrator é baseado em uma história real, publicada em 2009 pelo verdadeiro Robert Mazur em um livro de memórias com o mesmo título. O trabalho de Mazur e seus colegas provocou o indiciamento de mais de 100 narcotraficantes e banqueiros corruptos e provocou o colapso, em 1991, do Bank of Credit and Commerce International, uma das instituições que mais lavava dinheiro no mundo.Além do aspecto histórico, o longa-metragem explora o percurso emocional de um agente infiltrado que precisa conquistar a confiança dos criminosos e, ao mesmo tempo, evitar um grande envolvimento com eles.
"O que atrai neste filme é que a sofisticação dos personagens está de acordo com o que sentimos sobre as pessoas", disse Cranston. Em um momento, o agente Mazur precisa decidir se entrega ou não um criminoso que virou um grande amigo.
Este amigo é Roberto Alcaíno, um simpático narcotraficante interpretado por Benjamin Bratt, conhecido pelo papel de Rey Curtis na série Law & Order. "Ele é a definição fácil do cara mau", afirmou Bratt à AFP.
"Mas vamos dar uma olhada nele. Ele é o reflexo no espelho do protagonista do filme. Ele é um amigo decente e leal, um homem de família confiável". "Mas no fim ele tem que cumprir seu dever e fazer a coisa certa, mesmo que isto provoque algum incômodo", conclui Bryan Cranston.