O Plano Nacional de Preservação Audiovisual foi aprovado na 11ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP). Elaborado pela primeira vez no Brasil, o documento estabelece diretrizes para políticas públicas relativas ao setor em todos os níveis da federação. Em discussão desde 2008, ele propõe legislação, normas técnicas profissionais e campanhas de conscientização, além da legalização das profissões de preservador e pesquisador.
Discutido em plenária da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, em Ouro Preto, o plano será repassado à Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, que deve submetê-lo a consulta pública. A seguir, projeto de lei será enviado para à Câmara dos Deputados.
“Isso significa a ampliação de manifestações do patrimônio nacional. Agora, elas passam a abranger o audiovisual: filmes, telenovelas, games, telejornais, etc. Nossa intenção é criar base jurídica para conservar e preservar esses acervos”, explica Hernani Heffner, curador-adjunto da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e coordenador da área de preservação da 11ª CineOP.
“Acervos audiovisuais se tornaram centrais na vida contemporânea”, avisa Heffner, lembrando que imagens marcam presença em celulares, salas de cinema e computadores, por exemplo. Além de constantemente ameaçado pela estrutura deficiente de conservação, esse patrimônio é pouco conhecido, reforça ele.
“Foi uma surpresa descobrirmos, durante esta edição da CineOP, que as cinco maiores redes de televisão aberta do país têm dezenas de milhares de filmes em película cujo conteúdo elas nem sequer sabem qual é”, revela Heffner. A partir dos debates realizados em Ouro Preto, ele estima que o acervo reúna “pelo menos” 100 mil rolos em película.
Durante a CineOP, encerrada na segunda-feira à noite, foi eleita a nova direção da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA).