Antes que se diga que faturamento não é, necessariamente, sinônimo de qualidade – muita gente diria que é o oposto –, é bom destacar: James Wan conseguiu. O filme é (muito) bom. E aqui cabe uma tergiversação. Em 2013, quando Wan estava rodando Invocação do mal, o diretor Justin Lin veio ao Brasil para participar do lançamento de 'Velozes e furiosos 6'. O filme revelou-se o melhor da série, até então. Cineasta de origem taiwanesa, Lin foi chamado para dirigir o novo 'Star Trek – Sem fronteira's, abriu-se a vaga para 'Velozes 7' e Wan foi cooptado para ocupar o posto.
Wan, também de origem asiática (nasceu na Malásia), já se exercitara na série Jogos mortais, realizando o primeiro filme da série. A bilheteria de Velozes e furiosos 7, emocionalmente turbinada pela morte prematura do astro Paul Walker, ultrapassou US$ 1 bilhão.
Lin e Wan são orientais, jovens e talentosos. Têm pegada. A pergunta que não quer calar: Justin Lin vai conseguir estourar na série Star Trek? James Wan já está multiplicando o sucesso de Invocação do mal. Inicialmente, o fenômeno é um filme barato atingir números tão estratosféricos. A sequência é mais caprichada, em todos os sentidos, e isso significa que a produção foi mais cara. Retornam os especialistas paranormais Patrick Wilson e Vera Farmiga. Desta vez, resolvem desistir das pesquisas de campo e apenas dar palestras. Mas a própria Igreja consegue que investiguem o caso de uma garota inglesa vítima de possessão demoníaca.
A história se desenvolve em duas frentes: a dupla de especialistas nos EUA, a família da garota (mãe e quatro filhos) na Inglaterra. As duas linhas terminam por se encontrar e o mais impressionante é que a nova invocação do mal parece ter sido só um pretexto para atrair o casal Lorraine e Ed Warren (Wilson e Vera). A história é real, claro que devidamente ficcionalizada, com todos os ambientes sombrios, personagens sinistros e trilhas sugestivas para garantir o susto.
Só que Wan não fica no óbvio e subverte expectativas para aumentar o rendimento dramático. O resultado tem fôlego e, se você pesquisar na rede – existem documentários sobre o caso verdadeiro –, verá que a garota que faz o papel é igualzinha à possuída. Isso só aumenta o frisson. (Luiz Carlos Merten/Estadão Conteúdo)
Confira o trailer do filme: