Pouco fã de sequências, Tim Burton não voltou para o segundo longa, que ficou a cargo do inglês James Bobin (de Os Muppets e Muppets 2 – Procurados e amados). Para o novo diretor, foi um desafio triplo. “Tendo crescido na Inglaterra, Alice é algo que fez parte da minha vida.
Burton é produtor executivo, e Bobin afirmou ter conversado bastante com ele. Para completar, Alice através do espelho era difícil de adaptar, com sua estrutura fragmentada. “É bem parecido com um sonho, algo interessante para um livro, mas complicado para o cinema. Para mim, o importante foi manter a gramática, o mundo, mas usando os personagens que amamos do longa de Tim Burton.”
A Alice que aparece em Alice através do espelho é diferente da garota do filme anterior. Ela viajou o mundo como capitã de um navio e, de volta à Inglaterra, fica chocada com o que se espera dela – basicamente, casar e ter filhos. “Para mim trata-se de uma história sobre o conflito entre gerações”, disse Bobin. “Alice representa uma nova geração de mulheres na época.
A menina que inspirou a personagem, Alice Liddell, nasceu na mesma década de Emmeline Pankhurst, líder do movimento sufragista.” Para Mia Wasikowska, Alice tem mais o que fazer desta vez. “É um papel difícil, porque ela está cercada de personagens excêntricos e empolgantes e precisa ser a âncora. Aqui houve mais espaço para mostrar sua individualidade e seu senso de humor peculiar.”
O Chapeleiro Maluco de Johnny Depp também passa por um momento difícil: quando Alice volta a Wonderland, ele perdeu sua “maluquice”.
Quem melhor para interpretar o papel do idiota autoconfiante do que Sacha Baron Cohen? “Ele é perfeito para fazer alguém que se acha superior, mas que todo o mundo sabe que não é”, disse o diretor. A escalação de Baron Cohen (de Borat), combinada com a escolha de um diretor conhecido por comédias, tiveram um impacto no tom de Alice através do espelho. “Espero que os fãs gostem porque trouxe uma leveza cômica que sempre usei em meus trabalhos anteriores.”.