Para dar conta de “faxinar” o planeta e não sujar apenas as próprias mãos, En Sabah (Oscar Isaac) forma o seu exército: Magneto (Michael Fassbender), Psylocke (Olivia Munn), Tempestade (Alexandra Shipp) e Anjo (Ben Hardy). O embate se dá com a turma de Raven (Jennifer Lawrence), Professor Xavier (James McAvoy) e os jovens X-Men.
Mais velha dos X-Men, Raven volta à ativa depois de, finalmente, se aceitar como é. Com a pele azul, a mutante se transforma no que quiser. Antes do novo filme, ela tentava se esconder, mas sem abandonar sua raça, eternamente explorada pelos seres humanos.
O ponto central da trama não é novidade para os fãs. Os mais atentos perceberam as dicas de Bryan Singer nos créditos finais de Dias de um futuro esquecido..., lançado em 2014.
A luta maior não está na tela. X-Men: Apocalipse chega dois anos depois do blockbuster Dias de um futuro esquecido.... Conquistar bilheterias e público será tarefa tão árdua quanto acabar com os planos do vilão da vez. Produtores não têm a menor dúvida de que vão conseguir o intento. Mas a afirmação de Simon Kinberg, roteirista dos dois longas, de que houve um salto criativo ao fazer de Apocalipse o vilão mais poderoso do universo dos X-Men, só funciona no material de divulgação. As maldades, na verdade, não surpreendem. Falta criatividade.
X-Men: Apocalipse começa bem ao focar na origem de En Sabah Nur, depois de passar cinco mil anos esquecido sob toneladas de pedras. Em plena década de 1980, ele desperta por acaso no Cairo, a capital do Egito. Nos primeiros minutos, o longa exibe direção ágil – em sessões 3D, o público curte um clima de aventura bem legal. Mas a história vai se desenrolando, alguns personagens são apresentados... e nada de surpresa.
O ritmo imposto por Bryan Singer não deixa ninguém cochilar.
O novo longa padece de falta de humor, tempero que se mostra eficiente em filmes do gênero. O elenco reúne bons atores, mas a composição dos personagens deixa a desejar. Oscar Isaac, o antagonista, tem interpretação burocrática. Michael Fassbender, o Magneto, dividido entre o bem e o mal até a solução da história, faz um trabalho OK. Por sua vez, Hugh Jackman surge em participação especial – para muitos, despede-se aqui definitivamente do Wolverine.
Como tudo em X-Men: Apocalipse é óbvio, o final não é segredo. O vilão se dá mal, deixando no público aquele gostinho amargo de mais do mesmo..