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Descomplicada e perfeitinha

Bruna Lombardi atua e assina roteiro do filme 'Amor em Sampa'

Longa mescla histórias de amor com propostas de ações sustentáveis para uma vida mais harmônica e feliz nas grandes cidades

Pedro Galvão

É quase possível suspeitar que o tempo não passa para Bruna Lombardi, dada a exuberante beleza da atriz, cuja certidão de nascimento indica surpreendentes 63 anos.

Por outro lado, em seu mais recente trabalho cinematográfico, a artista, Bruna, que também é roteirista e autora de livros, mostra que sua mente, ao contrário do corpo, não ficou presa no passado. Com roteiro dela e direção do marido, Carlos Alberto Riccelli, Amor em Sampa, em cartaz em BH, é uma comédia romântica musical, com trilha original, que tenta trazer discussões bem contemporâneas sobre a vida nas grandes cidades.

Com Eduardo Moscovis, Rodrigo Lombardi, Mariana Lima, Miá Mello, além do próprio casal e do filho Kim Riccelli no elenco, o filme se vale de uma fórmula já batida em comédias do gênero: cinco histórias de amor que se desenrolam paralelamente em diferentes espaços da maior cidade do país. Todas elas são permeadas e embaralhadas pelos interesses profissionais dos envolvidos. No entanto, os clichês do filme ganham um contraponto quando o roteiro se dedica ao tema de repensar e reconfigurar a vida nas grandes cidades.

O título do longa se refere a um projeto de publicidade fictício que norteia a trama. A iniciativa do gabaritado publicitário Mauro (Rodrigo Lombardi) quer revolucionar a vida em São Paulo, tornando a metrópole mais sustentável e mais humana, com novas opções de mobilidade, despoluição de rios, multiplicação de áreas verdes e espaços de convivência, entre outras propostas não tão estranhas aos nossos ouvidos, mas ainda desprezadas por muitos governantes. Desacreditado pelos donos de sua própria agência, Mauro recorre à poderosa e misteriosa empresária Aniz (Bruna Lombardi) para emplacar sua ideia.

 

 

 

ATITUDE A ficção não está muito distante da realidade para Bruna. Embora não seja a viúva solitária e amorosamente frustrada do filme – pelo contrário, são 37 anos de união com Riccelli – nem dona de uma grande corporação, ela tem como uma de suas atuais prioridades o interesse pelo equilíbrio entre pessoas e natureza nos grandes centros.

“Estamos vivendo uma necessidade não só dos problemas da cidade, mas dos nossos também. É muito importante uma mudança de atitude de todos para surgirem boas ideias”, diz a atriz, que acaba de lançar o portal Rede Felicidade, com o objetivo de reunir e compartilhar experiências “para inspirar e motivar todos nós a viver mais felizes”. Segundo ela, o projeto pessoal e o mostrado no filme são muito parecidos e até compartilham várias iniciativas: “Temos campanhas para limpar os rios, plantio de árvores, adoção de animais. A gente batalha para aplicar tudo isso”.

O roteiro de Bruna tenta explorar a diversidade da capital paulista, com cenas gravadas desde a 25 de Março até o glamour da SP Fashion Week e do Jockey Club. Sampa é o pano de fundo para histórias de amor contadas e cantadas de forma quase sempre bem-humorada. O taxista Cosmo (Riccelli), narrador da trama, se envolve com Lara (Miá Mello), aspirante a modelo materialista e moradora da periferia.

O publicitário Mauro, amigo de Cosme, além de levar à frente seu projeto, tenta conquistar a conceituada estilista Tutti (Mariana Lima), que não consegue superar alguns traumas pessoais, em uma das poucas pitadas de drama no filme. Enquanto isso, o assistente dela, Raduan (Tiago Abravanel), sofre para lidar com a dificuldade de seu noivo Ravid (Marcello Airoldi) assumir publicamente a relação.

A São Paulo das oportunidades também é o cenário do triângulo amoroso em que as jovens e sonhadoras amigas Mabel e Carol (Letícia Colin e Bianca Muller) acabam se metendo com o diretor de teatro Mateus (Kim Riccelli), na tentativa de conseguir um papel em uma peça sobre sustentabilidade. Para completar o quinteto de romances, a fria Aniz é o objeto de desejo do executivo Lucas (Eduardo Moscovis).

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