Agora que Spotlight: Segredos revelados ganhou o Oscar, vale a pena fazer uma imersão sobre bons filmes sobre jornalismo e mídia:
Cidadão Kane, de Orson Welles (1941)
O clássico dos clássicos, considerado o melhor filme de todos os tempos, conta a história do magnata Charles Foster Kane, figura inspirada no chefão das comunicações da época William Randolph Hearst. Era tão poderoso que bancou um boicote à produção. O filme deu o único Oscar (melhor roteiro) a Welles.
A montanha dos sete abutres, de Billy Wilder (1951)
Outro clássico do gênero, que discute a ética na profissão. O desmoronamento de uma caverna aprisiona um homem e o assunto vira uma questão nacional. Em decadência, o veterano repórter vivido por Kirk Douglas vê a história com sua redenção. Assume o comando da situação, amplificando o drama e prolongando o resgate.
Todos os homens do presidente, de Alan J. Pakula (1976)
A grande referência de Spotlight e de filmes sobre jornalismo. Conta a investigação que os repórteres Carl Bernstein (Dustin Hoffman) e Bob Woodward (Robert Redford), do Washington Post, empreenderam e que resultou no caso Watergate. A rede de espionagem e lavagem de dinheiro que ele denunciaram levou o então presidente Richard Nixon à renúncia. Ganhou quatro Oscars, mas perdeu o de melhor filme para Rocky, um lutador.
Rede de intrigas, de Sidney Lumet (1976)
Outro filme que explora os limites éticos da profissão. Apresentador de TV é demitido por causa dos baixos níveis de audiência de seu programa. Anuncia que vai se matar com o programa no ar. O público pede sua volta e a rede, vendo os índices de audiência subirem, resolve bancar a empreitada. Vencedor de quatro Oscars.
Nos bastidores da notícia, de James L. Brooks (1987)
Filme simpático, que mistura jornalismo e romance. Produtora de telejornal de uma grande rede luta para manter o padrão de qualidade. Só que ela se apaixona pelo âncora, que não é um jornalista dos mais sérios. A história vira um triângulo, já que ela tem um colega de trabalho apaixonado. O elenco traz Holly Hunter, William Hurt e Albert Brooks.
O jornal, de Ron Howard (1994)
O editor da Spotlight não é o primeiro jornalista que Michael Keaton interpreta. Na comédia de Ron Howard ele é o editor do tabloide The Sun. Com problemas em casa (a mulher está grávida e cobra mais presença dele em família), ele pensa em largar o emprego. Mas uma matéria quentíssima lhe dá novo fôlego na profissão.
Medo e delírio, de Terry Gilliam (1998)
Inspirado no livro Medo e delírio em Las Vegas, de Hunter S. Thompson, um dos papas do chamado jornalismo gonzo (estilo de narrativa em que o narrador abandona a objetividade e se mistura com a ação). Enviado para Las Vegas para cobrir corrida de motos no deserto, Thompson (Johnny Depp) e seu advogado (Benicio Del Toro) se afundem nas drogas, participando de uma série de aventuras psicodélicas.
Quase famosos, de Cameron Crowe (2000)
Rock'n'roll e jornalismo em um filme impecável. Nos anos 1970, adolescente recebe sua grande chance: escrever uma matéria para a Rolling Stone enquanto acompanha uma banda em ascensão em turnê. Atenção para a participação de Philip Seymour Hoffman, que interpreta Lester Bangs, considerado o maior jornalista musical da história.