Como ser solteira é aquele tipo de filme para você ver e comer pipoca. Não há muito o que pensar sobre as questões que são levadas para a tela, mesmo porque não há qualquer interesse do filme em aprofundar as dificuldades que rondam a solteirice ou mesmo em criticar o comportamento- padrão de quem não consegue ficar sozinho. Vale rir de como, muitas vezes, o ser humano é patético.
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Os diálogos de Como ser solteira são contemporâneos, repletos de referências de filmes, personagens e seriados que contribuíram para reafirmar o ideal romântico feminino moderno. Sex and the city é campeão de citações. Aliás, assim como no seriado de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), a cidade é mais que um cenário para a trama.
Mesmo em sua superficialidade, o longa dirigido por Christian Ditter (Simplesmente acontece, 2014) tem boas tiradas, principalmente quando aposta na ironia. Robin, papel de Rebel Wilson (A escolha perfeita, Missão madrinha de casamento) é a responsável por grande parte delas. Justamente por fugir do padrão da beleza – e ser muito bem resolvida em relação a isso – é a personagem mais interessante.
Se ela tem força e originalidade, todas as outras existem para reforçar os clichês da mulher frágil e carente. É o grande paradoxo. Como ser solteira é um filme que propõe no título a quebra do paradigma de que as pessoas solteiras são infelizes, mas, no fim das contas, se contradiz. Defende que o ser humano é carente mesmo e gastará o tempo e a energia que forem necessários para arrumar um cobertor de orelha. (Carolina Braga)
Cotação: regular.