Os irmãos Ethan e Joel Coen inauguram oficialmente o Festival de Berlim, que começa quinta-feira (11/02). Ave, César é o novo filme deles, que retoma os bastidores de Hollywood – como Barton Fink, com o qual ganharam a Palma de Ouro de 1991 –, acrescentando boa dose do clima de paranoia da Guerra Fria, como o roteiro que escreveram para Steven Spielberg, Ponte dos espiões.
O Brasil não participa da competição, mas não estará ausente da Berlinale 2016. Anna Myulaert volta à seção Panorama com seu novo longa, Mãe só há uma. Em 2015, ela mostrou na mesma seção Que horas ela volta?, premiado pelo público e indicado pelo Brasil à disputa pelo Oscar de filme estrangeiro.
Anna diz que está muito feliz de regressar a Berlim, que define como seu festival favorito. Estar dois anos seguidos num grande festival como Berlim não representa pouca coisa. “O normal seria achar que não teríamos chance, porque já havíamos sido selecionadas no ano passado”, diz a produtora Sara Silveira, da Dezenove Filmes, que, além de Mãe só há uma, esteve junto de Anna nos longas Durval Discos e É proibido fumar. “Mas o que senti é que eles queriam a Anna justamente por causa de Que horas ela volta?.”
Todo filme de Anna Muylaert fala de família. Mãe só há uma não foge à regra. Inspira-se num episódio que ficou célebre na crônica policial de Brasília, o do garoto Pedrinho, sequestrado quando bebê na maternidade. Ele foi devolvido à família biológica, a sequestradora foi presa, mas Pedrinho não rompeu seus laços com ela e nunca deixou de visitá-la.
A versão ficcionalizada de Anna incrementa a história. O garoto apresenta um comportamento trans. A diretora, também roteirista, explica: “Durante muito tempo, por motivos familiares, vivi de forma muito doméstica. Nos últimos anos, voltei à noite e me deparei com uma nova juventude. A questão de gênero deixou de ser tabu. Garotos com garotos, garotas com garotas, garotos que se vestem como mulheres sem afetação, garotas que se vestem como homens. É uma mudança de comportamento muito interessante que resolvi incorporar”.
Mãe só há uma não será o único representante do Brasil em Berlim. Também foram selecionados para a Panorama Antes o tempo não acabava, de Fábio Baldo e Sérgio Andrade, e Curumim, de Marcos Prado. A Berlinale vai exibir, em suas diversas seções, 51 produções de 33 países. Talvez atendendo a uma solicitação da ministra da Cultura da Alemanha, que cobrou do diretor artístico, Dieter Kosslick, maior presença feminina, o festival deste ano terá o comando de uma mulher, a atriz Meryl Streep, que presidirá o júri.
Mas os números permanecem modestos – dos 18 filmes em competição, somente dois são assinados por mulheres, a alemã Anne Zohra Berrached e a francesa Mia Hansen-Love.
O Brasil não participa da competição, mas não estará ausente da Berlinale 2016. Anna Myulaert volta à seção Panorama com seu novo longa, Mãe só há uma. Em 2015, ela mostrou na mesma seção Que horas ela volta?, premiado pelo público e indicado pelo Brasil à disputa pelo Oscar de filme estrangeiro.
Anna diz que está muito feliz de regressar a Berlim, que define como seu festival favorito. Estar dois anos seguidos num grande festival como Berlim não representa pouca coisa. “O normal seria achar que não teríamos chance, porque já havíamos sido selecionadas no ano passado”, diz a produtora Sara Silveira, da Dezenove Filmes, que, além de Mãe só há uma, esteve junto de Anna nos longas Durval Discos e É proibido fumar. “Mas o que senti é que eles queriam a Anna justamente por causa de Que horas ela volta?.”
Todo filme de Anna Muylaert fala de família. Mãe só há uma não foge à regra. Inspira-se num episódio que ficou célebre na crônica policial de Brasília, o do garoto Pedrinho, sequestrado quando bebê na maternidade. Ele foi devolvido à família biológica, a sequestradora foi presa, mas Pedrinho não rompeu seus laços com ela e nunca deixou de visitá-la.
A versão ficcionalizada de Anna incrementa a história. O garoto apresenta um comportamento trans. A diretora, também roteirista, explica: “Durante muito tempo, por motivos familiares, vivi de forma muito doméstica. Nos últimos anos, voltei à noite e me deparei com uma nova juventude. A questão de gênero deixou de ser tabu. Garotos com garotos, garotas com garotas, garotos que se vestem como mulheres sem afetação, garotas que se vestem como homens. É uma mudança de comportamento muito interessante que resolvi incorporar”.
Mãe só há uma não será o único representante do Brasil em Berlim. Também foram selecionados para a Panorama Antes o tempo não acabava, de Fábio Baldo e Sérgio Andrade, e Curumim, de Marcos Prado. A Berlinale vai exibir, em suas diversas seções, 51 produções de 33 países. Talvez atendendo a uma solicitação da ministra da Cultura da Alemanha, que cobrou do diretor artístico, Dieter Kosslick, maior presença feminina, o festival deste ano terá o comando de uma mulher, a atriz Meryl Streep, que presidirá o júri.
Mas os números permanecem modestos – dos 18 filmes em competição, somente dois são assinados por mulheres, a alemã Anne Zohra Berrached e a francesa Mia Hansen-Love.