Não se confunda. Você já pode ter visto Ryan Reynolds como Deadpool no cinema antes. O personagem foi mostrado no filme X-Men Origens: Wolverine, mas tamanha foi a descaracterização do personagem que foram capazes de costurar os lábios do anti-herói conhecido pelo lado falastrão. E a carreira de Deadpool no cinema estaria fadada a essa versão tosca do filme de 2009 não fossem os fãs do mercenário da Marvel.
Na época, falou-se sobre um filme solo, mas o desastre foi tamanho que a Fox tirou a produção da tomada. Um vídeo de teste, no qual Ryan Reynolds também atuava como o mascarado e dirigido por Tim Miller, chegou à rede e a reação foi tão boa que a Fox embarcou no projeto. Deadpool, enfim, ganha o tratamento que merece.
O filme que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 11, é exatamente tudo aquilo que filmes de heróis, estilo que caminha para se tornar um gênero de cinema, não são. Não são apenas frases de efeito, às vezes engraçadas, e um vilão para derrotar. Deadpool é movido a vingança, suas ações são extremamente violentas e, com frequência, ele quebra a quarta parede (e fala diretamente com o público).
Deadpool não é apenas um anti-herói. É um anti-filme-de-super-herói na essência. E isso é uma ótima notícia. A narrativa salta do presente para o passado com agilidade, sem causar estragos. O drama da doença de Wade Wilson sua dor ao se transformar no abominável personagem título, não trazem sombras demais ao filme. E as referências aos personagens de outros longas de heróis, como o próprio Deadpool de 2009 ou o Lanterna Verde vivido por Reynolds em 2011, tiram o público da sua posição confortável. Deadpool não poupa nem mesmo a própria Fox, que criou duas linhas temporais no cinema com seus X-Men. Nada está a salvo com o mercenário que usa vermelho para que "os caras ruins não vejam que ele está sangrando". E os filmes de heróis nunca mais serão os mesmos depois dele.