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Aos poucos, as primeiras cadeiras são ocupadas, o comércio ao redor cessa com a tradicional “música ao vivo” e a expectativa começa a girar em torno do momento em que a imagem será lançada pelo projetor na tela.
“Vem gente, senta aqui! É de graça!”, convida o paraibano Francisco de Assis, de 53 anos, ocupando uma das primeiras cadeiras do Cine Praça, que exibiria Campo grande, longa dirigido pela carioca Sandra Kogut, no primeiro domingo da Mostra, 24. Na noite anterior, eram as irmãs juiz-forenses Vera e Elizabeth que esperavam a telona começar a rodar Prova de coragem, de Roberto Gervitz. "O cinema nesta cidade e nesta praça me transporta a um tempo antigo, diferente do tempo corrido da cidade", diz Vera, de 59 anos, professora universitária.
Enquanto isso, os técnicos de som e luz começam os testes. A torcida de todos é uma só: não pode chover. “O grande vilão do cinema na praça é a chuva. Ficamos à mercê do tempo. Teve uma vez que paramos o filme cinco vezes”, conta o técnico de som Marcus Vinícius, o Dudu, que há 10 anos faz exibições ao ar livre na Mostra de Tiradentes.
Os ruídos gerados pelo público, pelos carros passando, as crianças brincando e os que porventura aparecerem na hora da exibição exigem uma atenção especial da equipe de som. Dudu explica que diferentemente da sala de cinema, em áreas abertas o volume do filme só é definido pouco antes da exibição _ e pode sofrer alteração durante a projeção. "Na sala fechada, o som não muda nunca. Já na rua, nunca se sabe qual será o barulho externo", diz ele.
Para o estudante de jornalismo William Araújo, de 32 anos, ver filme ao ar livre é mais "sensorial", já que o público fica mais à vontade. "Dentro da sala de cinema as pessoas ficam mais comedidas e inibidas. Aqui, as pessoas podem rir mais alto, ter reações mais espontâneas", afirma ele. "Estando na rua, é como se o evento fosse até a pessoa, está acessível para qualquer um que passe por aqui", avalia Hermes Leal, de 56 anos, editor da Revista de Cinema.
O projecionista Fernando Secco é quem prepara o arquivo que será projetado. Antes da sessão, muitos testes são feitos. “O legal da sessão aberta é que, normalmente, os filmes escolhidos são mais leves, o pessoal participa mais. E a nossa cabine fica mais próxima do público, diferentemente da sala, então nós também interagimos mais. Ocupar uma praça é muito legal”, diz ele.
O ambiente fica ainda suscetível a cheiros variados. Como é permitido fumar, os aromas das comidas se misturam com o odor da fumaça e, eventualmente, com o das fezes dos cavalos que carregam as tradicionais carroças turísticas da cidade. Ambulantes fornecem pipoca, milho verde, sanduíches e bebidas _e o público come o tempo todo.
Enquanto cadeiras sobram desocupadas, algumas pessoas preferem se sentar nos bancos da praça, deitar na grama ou ficar circulando. O público vai mudando à medida que o longa roda: há quem chegue depois que o filme começou e outros que vão embora antes de terminar. No final, quem ficou aplaude.
O projecionista Fernando Secco é quem prepara o arquivo que será projetado. Antes da sessão, muitos testes são feitos. “O legal da sessão aberta é que, normalmente, os filmes escolhidos são mais leves, o pessoal participa mais. E a nossa cabine fica mais próxima do público, diferentemente da sala, então nós também interagimos mais. Ocupar uma praça é muito legal”, diz ele.
O ambiente fica ainda suscetível a cheiros variados. Como é permitido fumar, os aromas das comidas se misturam com o odor da fumaça e, eventualmente, com o das fezes dos cavalos que carregam as tradicionais carroças turísticas da cidade. Ambulantes fornecem pipoca, milho verde, sanduíches e bebidas _e o público come o tempo todo.
Enquanto cadeiras sobram desocupadas, algumas pessoas preferem se sentar nos bancos da praça, deitar na grama ou ficar circulando. O público vai mudando à medida que o longa roda: há quem chegue depois que o filme começou e outros que vão embora antes de terminar. No final, quem ficou aplaude.