“O carnaval de Belo Horizonte ressurgiu.
Em 17 minutos de vídeo, a diretora Dandara Andrade, de 27 anos, explica como tudo começou e que força levou à retomada da festa. “Foi um lance de ir e conhecer o significado daquele movimento com a câmera na mão”, revela Dandara.
A ideia do projeto surgiu "meio de supetão" no início do ano passado, como conta Dandara. A produtora, hoje chamada de Gabiroba vídeo, queria mudar de estratégia, de nome, de área. Ela sugeriu a produção de um vídeo independente sobre o carnaval.
Aprovada a sugestão, a diretora e Mariana Fantini, produtora, tiveram apenas duas semanas para combinar tudo com os representantes dos blocos – afim de que a gravação não se tornasse algo invasivo.
O foco, desde o início era retratar o lado político da festa. O doc traz desde a grandeza do desfile do Então, brilha!, que em um dia de céu azul levou milhares de pessoas à Guaicurus, até à resistência do Filhos de Tcha Tcha, que celebrou a luta pelo direito à moradia em sintonia com ocupações.
Tem ainda Blocomum, do Espaço Comum Luiz Estrela, sob chuva, Tchanzinho Zona Norte, Pena de Pavão de Krishna, Mamá na Vaca, Bloco da Praia, Pula Catraca, Alcova Libertina, Tico Tico Serra Copo, Bloco do Chapolin e Juventude Bronzeada.
Para ela, há uma tentativa de apropriação do carnaval de rua de BH para fins comerciais, mas os blocos já tomaram iniciativas, como os financiamentos coletivos, para garantir a independência da festa. “O que a gente sente é que quanto mais tentarem, mais os blocos vão lutar”, diz. .