Depois de adaptar Guimarães Rosa para a tela grande – Mutum, de 2007 – Sandra volta a tratar da infância. Ela conta a história de dois irmãos, Ygor e Rayane, moradores de Campo Grande, bairro da Zona Oeste carioca, deixados na porta da casa de Regina, em Ipanema, que está se separando e vive às turras com a filha adolescente.
Os meninos não querem deixar o local de maneira alguma, pois a mãe prometeu buscá-los ali. A relação dos garotos com a moradora, as diferenças entre as classes sociais e temas como abandono materno e caos urbano trazem a história para uma discussão bastante atual.
“Este filme se passa em momentos de mudança: na vida de cada um dos personagens, de uma cidade (o Rio de Janeiro em obras) e das relações sociais no mundo”, comentou a diretora. Uma das precursoras da videoarte no Brasil, Sandra só realizou até agora três longas (o de estreia foi o documentário Um passaporte húngaro, de 2001).
Para a diretora, fazer cinema é dramático, quase uma obsessão. Ela não se vê com uma carreira extensa em longas-metragens, prefere fazer projetos diversos. “Às vezes em longas, curtas e também na televisão”. Casa Grande chega ao circuito comercial ainda neste semestre.
O repórter viajou a convite da organização do evento..