Como se já não fosse polêmica suficiente a ausência de pessoas negras entre os indicados ao Oscar, a atriz Charlotte Rampling, que concorre na categoria Melhor atriz, se opôs à campanha de boicote contra a premiação com uma afirmação problemática.
Rampling tampouco se mostrou a favor da criação de cotas para melhorar a representação das minorias entre os finalistas ao Oscar, como propôs Spike Lee, o primeiro a se rebelar contra o Oscar. “Por que classificar as pessoas? Vivemos em países onde somos mais ou menos aceitos... Mas sempre haverá problemas e ‘ele é menos bonito’, ‘ele é negro demais’, ‘o outro é branco demais’... Por isso é preciso criar milhares de pequenas minorias em todo canto?”, questionou Charlotte.
Quando lhe pediram para precisar sua opinião, ela deu por finalizado o assunto com um “no comment” (sem comentários).
Na última semana, atores como George Clooney, Mark Ruffalo e Lupita Nyong’o se mostraram críticos em relação à Academia, enquanto a hashtag #OscarsSoWhite se multiplicava na internet. Rampling é a primeira que rompe o consenso. A atriz de 69 anos, que ganhou o prêmio de Melhor atriz no último festival de Berlim, disse que estar “na lista dos indicados ” já é uma recompensa, pois significa "a entrada no grande clube do cinema que é a Academia."