No Brasil, o voto feminino foi conquistado em 1932, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas.
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Tal questão, que remonta a outras ainda discutidas na segunda década do século 21 – desigualdade de salários entre homens e mulheres é a mais premente delas –, faz de As sufragistas filme absolutamente atual, mesmo com narrativa ambientada um século atrás.
Como sua colega se viu impossibilitada (havia apanhado do marido) de fazer um discurso no Parlamento britânico durante campanha pelo voto feminino, Maud vai em seu lugar. Sem qualquer engajamento ou cultura política, ela acaba, com franqueza, envolvendo os deputados e sendo envolvida pela luta.
AÇÕES
A narrativa mistura personagens ficcionais com históricos. Meryl Streep, ainda que o cartaz do filme dê bastante destaque, aparece pouco como Emmeline Pankhurst.
Outra mulher essencial para a história, que representa um modelo para Maud, é Edith Ellyn (Helena Bonham Carter), farmacêutica sufragista que só não se tornou médica por causa das proibições para as mulheres da época.
Fazendo ficção a partir de um fato histórico, Sarah Gavron acerta no tom. Com uma câmera na mão, que acompanha com muita proximidade suas personagens, ela não doura a pílula. O filme é todo acinzentado, indo de encontro com a dura vida da protagonista.
Filha de uma empregada de lavandeira e criada no ambiente, Maud repete a vida da mãe e não vê qualquer perspectiva. Chega a perguntar ao marido que vida ele imaginaria para uma menina, caso eles tivessem uma filha.
O engajamento crescente da protagonista acompanha sua deterioração familiar. Nas mãos de outro diretor, tal história poderia ganhar tintas um tanto sentimentalistas, deixando o espectador mais envolvido com o drama pessoal de Maud. Gavron, no entanto, de maneira bastante objetiva e sóbria, não deixa qualquer espaço para que o público se esqueça da luta sufragista, que só seria vencida 16 anos mais tarde, quando o voto feminino na Inglaterra foi conquistado.