O ator Leandro Hassum ganhou espaço com a televisão e não nega isso.
Seu maior personagem chega hoje a 808 salas de todo o país (29 na Grande BH), sem medo de bater de frente com o arrasa-quarteirão Star wars – O despertar da força (a título de comparação, o filme de J.J. Abrams foi lançado na semana passada em 1.320 salas brasileiras).
Maior estreia na história de um filme nacional, Até que a sorte nos separe 3 – A falência final, longa que encerra a trilogia iniciada em 2012, leva uma questão micro para o macro. Com 70 quilos a menos, Tino, depois de quebrar por duas vezes, quebra o Brasil. Novamente, a comédia é dirigida por Roberto Santucci, em codireção com Marcelo Antunez.
Na narrativa, Tino sustenta sua família – a mulher, Jane, interpretada por Camila Morgado, e os três filhos – como ambulante nas ruas do Rio de Janeiro. Um dia, é atropelado.
Só que, diferentemente dos dois primeiros filmes, neste a narrativa brinca com a realidade brasileira. O próprio Hassum tem chamado o roteirista, Paulo Cursino, de Nostradamus. Isso porque o roteiro ficou pronto há um ano, quando a crise ainda estava longe dos níveis atuais.
De certo modo, Até que a sorte 3 pende mais para a tragicomédia. Temos de um lado o homem mais rico do Brasil, Rique Barelli (Leonardo Franco), que tem um carrão no meio de sua casa, é proprietário de uma empresa cuja sigla termina com a letra X e tem uma mulher-troféu. Ela é Malu de Carmo (Emanuelle Araújo), ex-modelo com passagens por revistas masculinas que anda com uma coleira no pescoço com o nome de Rique. O filho (Tom, papel de Bruno Gissoni), como já dito, atropelou Tino.
O ex-bilionário Eike Batista não deve estar muito feliz com a paródia feita em cima dele. Tampouco a presidente Dilma, aqui vivida por Mila Ribeiro, que já a interpreta nos palcos no espetáculo Terça insana. Ainda que o roteiro já esteja pronto há um ano, as filmagens foram realizadas em setembro. Então as piadas são bem atuais. Tino e Rique, por exemplo, encontram-se com a presidente dando umas pedaladas numa bicicleta ergométrica.
Para Hassum, não é uma questão de debochar do momento atual. “A comédia, de uma maneira geral, sempre foi utilizada como uma forma de crítica. Estamos rindo bastante com a história, ainda que o momento atual seja muito triste, em todas as esferas. Nossa intenção foi suavizar isto com humor.” Cabe ao público fazer sua própria leitura.
MR. BLOCKBUSTER
Confira o desempenho dos filmes de Hassum no cinema
Até que a sorte nos separe (2012)
3,43 milhões de espectadores
Até que a sorte nos separe 2 (2013)
3,98 milhões de espectadores
Vestido pra casar (2014)
1,22 milhão de espectadores
O candidato honesto (2014)
2,28 milhões de espectadores
Os caras de pau em o misterioso roubo do anel (2014)
1,89 milhão de espectadores
* Apenas filmes protagonizados pelo ator