A média de equipamentos é de 13,4 por município. Nas capitais, chegam a 32,4. O Distrito Federal é o campeão, com 35, seguido de municípios do Estado do Rio, com 21,5, São Paulo e Espírito Santo, ambos com 16,9. As bibliotecas públicas são os estabelecimentos prevalentes no Brasil: estão em 97,1% das cidades, o que significou acréscimo de 9% em relação a 2006.
Mas ainda é preciso qualificar essas bibliotecas, ressalvou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, que participou na segunda, 14, da divulgação e comentou a melhoria dos indicadores culturais, apesar de a aglutinação nos grandes centros persistir. "Quando a gente chegou ao ministério, em 2003 (ele era secretário executivo do ministro Gilberto Gil), o quadro era preocupante.
O IBGE comprovou o declínio na proporção de videolocadoras (menos 34,5% em relação a 2006), lojas de CDs (menos 32,4%) e livrarias (menos 8,7%), um retrato das transformações causadas pela popularização dos DVDs e dos formatos digitais de música e, no caso dos livrarias, da concentração do mercado em grandes redes, com o fechamento de lojas menores. A oferta de provedores de internet subiu 43,6%.
A pesquisa revela ainda que 94,5% dos municípios contam com algum órgão para tratar da cultura. No entanto, só 54,6% tinham política para o setor. Entre Estados, só Santa Catarina e Rondônia têm uma secretaria em conjunto com outras políticas, conforme a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais, divulgada em conjunto. "É o que denota a importância que se dá à cultura. Se a pasta está dentro de uma secretaria com turismo, esporte, lazer, as políticas são diluídas. Quando há uma secretaria exclusiva, aumenta a presença de conselho de cultura, fundo de cultura, conselho", disse Antônio Carlos Alkmim dos Reis, gerente de Pesquisas e Estudos Federativos do IBGE.
O número de pontos de cultura (projetos apoiados pelo Ministério da Cultura para estimular o acesso à cultura e a fortalecer identidades culturais) calculado pelo IBGE em 2014 foi de 3.422, em 1.258 municípios, com maior concentração no Rio e Ceará. O montante diverge do dado oficial do ministério: 4.502. A discrepância pode ser creditada ao fato de a existência dos pontos ter sido indagada às prefeituras, que desconhecem os projetos de âmbito estadual, explicou Vânia Pacheco, gerente do projeto das pesquisas estaduais e municipais.
O IBGE levantou também que 24 Estados investem na produção cinematográfica, com destaque para o Rio Grande do Sul (60), Pernambuco (54) e São Paulo (42). Em 2014, o apoio foi dado a 1.849 filmes.
Os dados foram coletados pelo IBGE em órgãos governamentais das 27 unidades da federação e 5.570 municípios entre julho de 2014 e março de 2015. O objetivo das pesquisas municipal e estadual foi investigar a infraestrutura dos governos para o setor cultural, os recursos humanos, a legislação específica e os projetos desenvolvidos, entre outras características..